Deus é o dono da igreja, e, como
tal, Ele a governa através da Sua Palavra e dos ministros que chama e capacita.
Essa verdade é afirmada explicitamente em dois trechos do livro de Atos. A
primeira ocorrência está no relato da instituição do diaconato, quando os
apóstolos deixam claro que sua incumbência é a dedicação à oração e ao
ministério da Palavra (Atos 6.4). A partir daí, pode-se ver claramente que a liderança
da igreja deve estar comprometida em relacionar-se com Deus, bem como em
estudar e ensinar as Escrituras. No entanto, para que o pastor possa
efetivamente se dedicar a essas práticas e, assim, alimentar o rebanho, é
imperioso que os diáconos os apoiem. Porquanto, a principal tarefa dos pastores
é ensinar os discípulos a guardarem todas as coisas que Jesus mandou aos
apóstolos (Mateus 28.20).
O segundo momento em que o governo
divino é enfatizado no livro de Atos ocorre no discurso de Paulo dirigido aos
anciãos de Éfeso. Naquela ocasião, o apóstolo os orientou dizendo: “Olhai,
pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu
bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio
sangue.” (Atos 20.28). Nessa declaração fica evidente que a igreja é
propriedade de Deus e que Ele mesmo constitui líderes para apascentá-la. Tendo
em vista que “apascentar” é o mesmo que “pastorear”, concluímos que o dono da
igreja decidiu governá-la através de indivíduos fiéis à Sua Palavra e engajados
no cuidado do rebanho. Esse cuidado, conforme o exemplo de Paulo em Atos 20.20,
é exercido publicamente (nas pregações e no ensino nas reuniões da igreja) e
nas casas (visitas para aconselhamento).
Por essa razão, dentre as
características que o ministro deve reunir para o exercício de um ministério
saudável, destaca-se a fidelidade à Palavra de Deus. Até porque, as Escrituras
são a sua ferramenta de trabalho. Portanto, o pastor deve se empenhar para
“anunciar todo o conselho de Deus.” (Atos 20.27). Pois, do contrário, a igreja
ficará enferma.
Isso traz à tona duas verdades
fundamentais. Primeiro: a igreja não está desgovernada. Ainda que as
circunstâncias pareçam apontar noutra direção, Deus continua no controle e na
condução do Seu rebanho. Segundo: a igreja precisa se submeter ao governo
divino por meio da submissão à Sua Palavra. A função dos pastores, por
conseguinte, é apresentar fielmente o ensino das Escrituras. Só dessa forma a
submissão será completa e o governo será evidente.
Pr. Cremilson Meirelles
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