Uma palavra sobre a controvérsia relativa à reabertura dos templos
Desde a segunda quinzena do mês de maio,
algumas prefeituras iniciaram a flexibilização da quarentena, autorizando a
reabertura de estabelecimentos comerciais, academias e templos religiosos,
desde que observadas as medidas preventivas para evitar o contágio e a
consequente propagação do COVID 19. Tal ação trouxe alegria para comerciantes,
donos de academias, e seus clientes. Afinal, todos precisavam pagar suas contas
e atender demandas inadiáveis.
Contudo, nem todos os estabelecimentos
ligados a atividades físicas reabriram. Porquanto, alguns alunos ficaram com
medo de retornar. Algo semelhante aconteceu às igrejas. Algumas retomaram seus
cultos presenciais, enquanto outras mantiveram o isolamento e programações online.
Em alguns casos, por causa do sistema de governo, uma mesma postura foi adotada
por toda a denominação, em outros, cada igreja local tomou sua decisão.
Todavia, o que chamou a atenção foi a
atitude de algumas lideranças em relação aos pastores que optaram por reabrir
os templos, tratando-os como se fossem criminosos. Pois, para eles, quem
retomou as atividades é imprudente, e estaria, por conseguinte, pondo as vidas
de todos em risco. Embora a preocupação seja compreensível, a verdade é que os
que retomaram as atividades não fizeram nada de ilegal ou desumano. Até porque,
além de estarem autorizados por suas prefeituras, atenderam ao desejo dos
membros de suas igrejas, os quais ansiavam pela oportunidade de cultuar juntos
novamente.
É claro, entretanto, que as transmissões
via internet, como recurso provisório, atendem parte das necessidades do povo.
Porém, há uma imensa lacuna entre o virtual e o presencial. Isso, inclusive, é
reconhecido até mesmo por aqueles que decidiram não retornar aos templos.
Afinal, a maioria deles promovia, até pouco tempo atrás, a distribuição de
“abraços grátis” pelas ruas, argumentando que, na maioria das vezes, o que as
pessoas mais precisam é de um abraço. Imagino que, na concepção deles, essa
“necessidade” não tenha sido extinta. Sendo assim, já que não dá para abraçar
virtualmente, a lacuna entre o virtual e o presencial fica ainda mais evidente.
Apesar disso, não quero criminalizar quem
decidiu manter o templo fechado. Respeito a decisão e a autonomia de cada
igreja/denominação. O que quero destacar é a importância de pôr esse respeito
em prática. Isso vale para os dois lados da controvérsia. Haja vista que os
dois lados visam o melhor para o povo de Deus. Tanto o que fecha quanto o que
abre, acredito que o faz pensando no rebanho. O primeiro, querendo preservar a
saúde física, o segundo querendo fortalecer a espiritual.
Visto isso, penso que, ao invés de
alimentar a animosidade que, lamentavelmente, se desenvolveu por conta dessa
questão, temos de procurar entender que cada igreja, de formas variadas, seja via
internet ou presencialmente, tem procurado manter acesa a chama do evangelho.
Pensando assim, deixemos de acusar uns aos outros de imprudência ou de falta de
fé. Antes, oremos uns pelos outros, para que o Senhor nos dê sabedoria para
continuarmos pregando o evangelho mesmo em tempos de crise.
Pr. Cremilson
Meirelles
FECHADO OU ABERTO?
Reviewed by Pr. Cremilson Meirelles
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20:11
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