Saiba Mais...

OS EVANGÉLICOS E A COLA

Pastoral redigida para o Boletim Dominical da Primeira Igreja Batista em Manoel Corrêa
  
Algo que me impressiona bastante no mundo evangélico é o distanciamento entre a teoria e a prática. Muitos, embora preguem que Cristo é o centro da fé, cantam louvores que focam mais o indivíduo do que Deus; alguns se dizem ovelhas, mas não têm pastor; outros se dizem pastores, mas não têm ovelhas; apregoam o perdão de Deus, porém não perdoam o próximo; ainda há aqueles que, mesmo professando fé no Deus que não coaduna com a mentira, mentem desenfreadamente. É claro que essa não é a realidade de todos. Há muita gente fiel a Cristo. Existem muitos que não se dobraram diante de Baal. No entanto, o fato de existirem fiéis, não nos dá o direito de fecharmos os olhos para os erros. O que é errado continua sendo errado.
Contudo, há erros que se tornaram tão frequentes entre os “evangélicos”, que, para muitos, deixaram de ser “erros”. Um exemplo claro disso é a famosa “cola”, o “recurso” mais empregado por estudantes das mais diversas instituições. Essa prática, embora seja tão perniciosa quanto as destacadas acima, dificilmente, recebe a atenção devida nas igrejas. Isto porque, lamentavelmente, trata-se de uma realidade entre os que professam a fé cristã, sendo algo comum até mesmo nos seminários.
Diante dessa questão, muitos tentam contemporizar, argumentando que a cola estimula a criatividade do aluno, uma vez que este investe bastante tempo na elaboração de estratégias para burlar a vigilância de quem o “fiscaliza” durante a realização das provas. Alguns, dentre os que defendem essa ideia, chegam, até mesmo, a incentivar e a dar ocasião para que os alunos colem. Mas, será que essa conduta é aprovada pelas Sagradas Escrituras? É o que veremos a seguir.
Em primeiro lugar, é importante salientar que “colar”, conforme explica um dos professores do Instituto de Letras da UERJ, Dr. Gustavo Bernardo, “é a prática de furtar ideias e respostas alheias nas situações de avaliação”[1]. Essa definição torna o erro ainda mais grave, haja vista que se trata de uma transgressão deliberada do oitavo mandamento: “não furtarás” (Êx 20.15). Além disso, quem cola é, na verdade, um mentiroso, pois engana a instituição, utilizando respostas de outra pessoa como se fossem suas. Fazendo isso, transgride o nono mandamento: “não dirás falso testemunho contra o teu próximo”; e se identifica com Satanás, o “pai da mentira” (Jo 8.44).
Outro ponto a ser considerado é a falha de caráter que caracteriza o indivíduo que cola. Porquanto, quem é capaz de se corromper furtando informações, sem dúvida, se corromperá em outras situações. Por essa razão, é inconcebível que um crente pratique tal coisa! No entanto, por mais impressionante que seja, há seminaristas que colam! Isto é, indivíduos que aspiram ao ministério da Palavra se preparam para essa insigne tarefa furtando informações! Ora, se são capazes de furtar informações, quem garante que não serão capazes de furtar o caixa da igreja?
Além disso, quem cola, embora, geograficamente, deixe a instituição, na verdade, nunca abandona a escola; pois fica preso à postura infantil que motiva essa ilicitude; tornando-se, por conseguinte, um péssimo profissional, pondo em risco as vidas que dele dependem. Isso, definitivamente, não combina com o pastorado. Afinal, como diz a Sagrada Escritura, o bispo deve ser irrepreensível (1Tm 3.2).
Querido, cola é um recurso ilícito, utilizado por quem não tem compromisso com o estudo, com o próximo, e com Deus. É inadmissível que um crente pratique tal coisa! Seja pastor, seminarista ou um membro de igreja! Até porque, a Bíblia diz que não devemos cobiçar “coisa alguma que pertença ao próximo” (Êx 20.17). Isso inclui as respostas produzidas pelo próximo, o trabalho redigido pelo próximo, ainda que esteja disponível na internet. Se não é seu, você não pode usar como se fosse! Chega de cola! Seja crente!
Pr. Cremilson Meirelles
OS EVANGÉLICOS E A COLA  OS EVANGÉLICOS E A COLA Reviewed by Pr. Cremilson Meirelles on 23:23 Rating: 5

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.