2 – Implicações relacionais da infertilidade
Com a descoberta da infertilidade, as experiências emocionais dos casais se tornam mais intensas. As mulheres, por exemplo, tendem a se sentirem “culpadas e incompetentes”[1]; e, por vezes, chegam até a se irar com Deus. Pois, algumas, nos momentos de grande ansiedade, ainda que indiretamente, questionam a justiça divina. Julie Zimmerman é um exemplo dessa luta interior. Ela relata que após ter feito muitas orações e não obter a resposta que desejava, ficou com raiva e, gritando e chorando, indagava a razão pela qual o Criador estava fazendo aquilo com ela[2].
Esses conflitos pessoais, vivenciados mais intensamente pelas mulheres, geralmente provocam desarmonia conjugal. Os dados de uma pesquisa realizada com casais inférteis, em 2011, na cidade de São Paulo, corroboram essa asserção. Haja vista que, dentre os 50 casais que participaram do estudo, “43% das mulheres inférteis relataram sérios efeitos negativos nas relações sexuais”[3]. Diante disso, as pesquisadoras concluíram que “o ato sexual, antes visto como um momento de prazer, plenitude e satisfação, torna-se, para os casais inférteis, o cumprimento de tarefas conjugais, podendo contribuir para o surgimento ou a potencialização de conflitos e perda da satisfação”[4]. De sorte que “as mulheres inférteis manifestaram mais insatisfação com a vida sexual quando comparadas aos homens”[5].
Outro agente estressor comumente presente no relacionamento de casais inférteis é o alto custo envolvido na utilização de técnicas de reprodução assistida. Um estudo, realizado com pacientes de hospitais públicos e privados da cidade de Santiago, por exemplo, demonstrou que a maioria dos entrevistados (65%) considerava o preço elevado desses tratamentos um grande problema, uma vez que teriam de trabalhar mais para custeá-los[6]. Ou seja, além de existir a possibilidade de não obter o resultado esperado, visto que “as técnicas de reprodução Humana assistida não garantem 100% de chance de se obter uma gravidez ao final do tratamento”[7], há ainda a ansiedade produzida pela preocupação com as finanças; o que torna a situação mais estressante. Porquanto, como ressalta Lopes, “a área financeira é uma das que mais provoca contendas no casamento”[8].
Além do estresse provocado pela instabilidade financeira, há a possibilidade de desestabilização das relações sociais do casal[9]. De acordo com a experiência de Philipe e Kimberly Monroe, isso ocorre porque a maioria das pessoas não sabe como reagir diante da infertilidade alheia. Por conta disso, os estéreis têm de lidar “com reações inapropriadas, comentários impensados ou conselhos inoportunos”[10], vindos de amigos e familiares. Afinal de contas, todos esperam que o casal faça alguma coisa para solucionar o problema. Porém, as soluções propostas nem sempre contribuem para a estabilidade emocional.
A fim de exemplificar a falta de tato dos pretensos conselheiros, Kimberly Monroe relata uma das sugestões que ouviu: ‘Tive uma amiga que adotou uma criança e depois ficou grávida. Você precisa adotar uma criança’. A impropriedade desse conselho é gritante. Dado que relega a criança adotada a uma categoria inferior de filiação, tornando-a meramente o meio para consecução do objetivo maior: gerar um filho biológico. Soma-se a isso o caráter supersticioso e místico da sugestão, já que supõe que, de alguma forma, a adoção eliminará a infertilidade.
Outrossim, é possível que os sogros alimentem ressentimentos por causa da esterilidade do genro ou da nora[11]. Até porque, eles querem ter netos. Isso, sem dúvida, pode ensejar conflitos conjugais, aumentando a ansiedade e o sentimento de inaptidão. É importante salientar, entretanto, que essa tensão em relação à aceitação dos sogros, conforme a pesquisa de Lee, Sun e Chao[12], é mais frequente entre as esposas.
Os casais evangélicos estéreis precisam encarar também as experiências emocionais derivadas do convívio com a igreja local. Isso porque, as igrejas reiteradamente dão visibilidade aos novos nascimentos. Seja pela apresentação ou pelo batismo dos recém-nascidos. Conquanto muitos se alegrem nessas ocasiões, para os estéreis são momentos difíceis. Jeff Cavenaugh, ao compartilhar sua experiência no artigo intitulado How the Church Makes the Trial of Infertility Better[13], relata um pouco dessa dificuldade. Ele e sua esposa frequentavam uma igreja em que havia muitas famílias jovens. Em razão disso, o fluxo de novas gestações era intenso; o que os lembrava constantemente de sua infertilidade. Em muitas ocasiões, inclusive, até mesmo as brincadeiras, aparentemente inofensivas, dos membros acerca das muitas gravidezes os feriam[14], revelando não só indignação ante uma possível insensibilidade, mas também a inveja dos outros casais. Um pecado que se manifesta com frequência no coração de quem luta com a infertilidade.
Tratando desse aspecto da vivência de casais estéreis, Kimberly Monroe comenta que se sentia culpada por invejar a fertilidade dos outros e não se alegrar com o nascimento dos filhos de parentes e irmãos em Cristo[15]. Esse sentimento resultante da frustração que acompanha a esterilidade, de acordo com Zimmerman, é acentuado pelas homenagens que muitas igrejas prestam por ocasião do Dia dos Pais e do Dia das Mães. Pois,
muitos casais inférteis acham as comemorações do Dia das Mães e do Dia dos Pais muito dolorosas de assistir, com toda a atenção e elogios que os pais recebem publicamente nestes dias especiais. Não é que esses pais não mereçam. É que as rosas vermelhas e os aplausos que acompanham muitos desses cultos parecem lembranças cruéis de que ainda não fazemos parte do clube dos pais, não importa o quão desesperadamente queiramos fazer[16].
Essas e outras dificuldades revelam que o sofrimento dos casais estéreis resulta em grande parte do desequilíbrio relacional que caracteriza a incapacidade de gerar filhos, o qual pode se estender por todas as áreas da vida. Mas, indubitavelmente, a mais afetada é relacionamento conjugal. Há casamentos que chegam ao fim justamente por causa de conflitos decorrentes da infertilidade[17]. Isso constitui um alerta para os conselheiros, indicando que o aconselhamento de inférteis sempre demandará orientações para a harmonia do casal. Haja vista que, essencialmente, é um aconselhamento conjugal.
No entanto, cumpre observar que nem todos os casais vivem as mesmas crises no que tange ao enfrentamento da esterilidade. Com efeito, há quem consiga lidar muito bem com a situação. Gary Collins, citando uma pesquisa realizada com homens casados com mulheres estéreis, comenta que cerca de 25% deles decidiram se dedicar aos filhos de outras pessoas: “passando tempo com sobrinhos ou sobrinhas, atuando como treinadores de times infantis, ou liderando trabalhos voltados para os jovens da igreja”[18]. Essa atitude lhes proporcionou uma convivência conjugal mais harmoniosa. E, por fim, “muitos deles acabaram adotando uma criança”[19].
Isso demonstra que, conquanto seja importante considerar os aspectos mencionados até aqui, cada casal irá encarar a esterilidade de forma distinta. Sendo assim, cabe ao conselheiro analisar caso a caso à luz das Escrituras Sagradas. Seguindo esse raciocínio, apresentaremos a seguir princípios bíblicos que podem fortalecer e encorajar quem luta com a infertilidade.
3 - A esperança encontrada nas Escrituras
As várias tentativas frustradas de ter um bebê geralmente desencadeiam um turbilhão de sentimentos: tristeza, raiva, vergonha etc. Não importa se a infertilidade é primária (casal que nunca teve filhos) ou secundária (casais que já tiveram filhos), o sofrimento sempre acompanhará quem vivencia essa realidade. Pensando nisso, Brady Goodwin assevera que “cuidar de quem sofre com a infertilidade envolve entender algo de sua experiência, ao mesmo tempo que oferece esperança tangível em Jesus Cristo”[20].
Suzana Chwartz dá uma contribuição interessante para essa reflexão. Ela argumenta que a teologia bíblica não enquadra a esterilidade como maldição. Isso porque, nas Escrituras Sagradas a infertilidade “jamais é incluída entre as maldições que poderão recair sobre Israel”[21]. A bem da verdade, levando em conta que as penalidades previstas na Lei incluíam até mesmo a antropofagia por falta de alimentos, a não inclusão da esterilidade constitui um indício de que essa condição não se tratava de uma maldição. De modo que mesmo que o ventre das transgressoras da Lei fosse maldito[22], elas continuavam gerando filhos.
No entanto, o sofrimento dos inférteis, muitas vezes está associado à ideia de que sua condição é resultado do castigo divino. Evidentemente, ponderando a universalidade do pecado e suas consequências, pode-se dizer que a infertilidade surgiu em decorrência do juízo de Deus sobre o pecado[23]. Mas, isso não exclui a responsabilidade do homem por sua queda, nem significa que o Senhor aflige individualmente algumas pessoas com a esterilidade. A bem da verdade, a maioria dos casos em que há dificuldades para gerar filhos estão relacionados a enfermidades. O que, em hipótese alguma, significa que os inférteis sejam mais pecadores que os férteis. Com efeito, as consequências do pecado sobre a constituição física são variadas e atingem cada um de forma distinta.
Vale lembrar que há na Bíblia casos em que a infertilidade é apresentada como juízo divino. Um exemplo disso está registrado em Gênesis 20.1-18, onde é relatado que Sara foi tomada de Abraão por Abimileque para ser sua concubina. Naquela ocasião, Deus puniu o rei de Gerar tornando estéreis todas as mulheres do palácio[24]. Semelhantemente, a Lei preconizava que a relação sexual entre tia e sobrinho e entre um homem e a esposa de seu irmão seria punida com a esterilidade[25]. Essa delimitação revela o caráter eventual dessa ação punitiva, mostrando que não se pode estabelecer uma relação direta e exclusiva entre esterilidade e juízo divino. Mesmo assim, sempre há pessoas que, conquanto não tenham praticado os pecados descritos em Lv 20.20,21, sofrem com a ideia de que sua incapacidade de gerar filhos é, na verdade, um castigo infligido pelo Todo-poderoso
Essa maneira de entender a situação pode estar relacionada a uma falsa imagem de Deus, como um ditador sádico destituído de amor. Nesse caso, há uma pergunta, formulada por Kellemen, que pode ajudar bastante: “Quando você pensa sobre Deus, o que vem à sua mente?”[26] Ela se baseia fundamentalmente nas declarações de Davi no Salmo 27. A partir das quais Kellemen conclui que “Davi entendeu que a coisa mais importante sobre nós em meio ao sofrimento e ao pecado é a imagem que temos de Deus”[27].
Essa, de fato, é a questão mais importante a ser esclarecida. Dado que uma visão deturpada do Ser de Deus, além de desfigurar Seu caráter santo e amoroso, pode gerar falsas expectativas acerca da satisfação dos desejos humanos, levando o homem a crer que Deus tem a obrigação de garantir saúde perfeita, riqueza e prosperidade. Uma fé claramente autocentrada. Tal pensamento, característico da teologia da prosperidade, como diz Macarthur, “leva as pessoas a sentirem-se abandonadas por Deus e a questionarem sua fé, quando as dificuldades vêm”[28].
Em razão disso, é assaz importante que fique claro que o sofrimento faz parte da vida. Seja em decorrência do próprio pecado, do pecado dos outros, do pecado original ou da ação de Satanás, todos estão sujeitos ao sofrimento. Não é algo extraordinário que acomete apenas alguns. Todavia, cumpre observar que o único sofredor inocente foi Jesus Cristo. Todos os demais sofrem porque são pecadores. Mas, é preciso recordar que embora o Senhor não seja “o autor do sofrimento e do pecado [...] Ele está acima de todas as coisas, mesmo do sofrimento”[29]. Sua jurisdição não tem limites. Ele é soberano até sobre as aflições humanas. De maneira que, como diz Welch, em última análise, “quando o sofrimento nos atinge, é a vontade de Deus”[30].
Destarte, mesmo que a esterilidade em geral não seja expressão do juízo divino, temos de reconhecer que o Senhor usa essa condição para consecução de seus objetivos. E, em algumas situações, é Ele quem, ativamente, “cerra a madre” (1Sm 1.6). Por isso, a atitude mais adequada para quem luta contra a infertilidade é confiar permanentemente no Senhor, vendo-O como bom mesmo diante dessa adversidade. Afinal, Sua vontade é “boa, agradável e perfeita” (Rm 12.2). De modo que, mesmo quando a infecundidade não é revertida, os propósitos divinos são alcançados e Seu nome é glorificado. Aparentemente, foi isso que ocorreu quando Moisés foi adotado pela filha de Faraó (Êx 2.1-10). Deus usou a esterilidade[31] de Termutis[32] para que o menino sobrevivesse e recebesse a educação e o status necessários para que pudesse entrar e sair livremente do Egito no período em que retornou para resgatar seu povo.
A partir desse episódio é possível refletir sobre uma verdade fundamental sublinhada por John Piper no livro “Casamento Temporário”, a saber: a procriação, posto que seja importante e bíblica, “não é o significado maior do casamento”[33]. Com efeito, o objetivo da união conjugal é “transformar filhos em discípulos de Jesus”[34]. Não se trata apenas de encher a terra, mas de enchê-la de adoradores do Deus verdadeiro. Com isso em mente, Piper ressalta que “casais que não conseguem ter filhos em razão da infertilidade podem ainda assim transformar crianças em seguidoras de Jesus”[35]. Haja vista que isso não depende do casamento e nem da geração de filhos[36]. Contudo, como frisa Köstenberger, “dar à luz e criar filhos continua sendo parte fundamental dos desígnios de Deus para homens e mulheres nos dias de hoje”[37]. A ordem dada no Gênesis (Gn 1.28) não foi revogada. Ou seja, não é errado querer ter filhos. É bíblico.
Não obstante, ainda que seja bom desejar um filho, o maior desejo do servo do Senhor deve ser glorificar o Seu nome. Isso pode e deve ser feito com ou sem filhos biológicos. Pois, como diz Kimberly Monroe, “os filhos são bênçãos, mas Deus não os promete a nós individualmente”[38]. Apesar de ter prometido que não haveria estéreis dentre o povo de Israel (Êx 23.26; Dt 7.14), essa bênção estava condicionada à observância dos preceitos da Lei (Dt 7.12-14.) e aludia à promessa divina de abençoá-los através da descendência (Gn 22.16-18). Porém, em última análise, isso não viria com base na descendência física, mas como fruto da graça divina por meio da encarnação de Cristo e da obra do Espírito Santo nos corações. De sorte que, desde o princípio (Gn 3.15), Cristo era o centro da promessa. E Deus não deixou de cumpri-la. Logo, Cristo deve ser valorizado acima de todas as coisas, até mesmo de um bebê[39].
O fato de um casal não poder gerar filhos não indica que o Criador se esqueceu deles ou que falhou no cumprimento do Seu papel. Da mesma forma que Ele conduziu Seu plano redentor ao longo do tempo tornando efetiva a salvação anunciada logo após a queda[40], a história de cada casal infértil está sob Sua direção. Ele continua usando o sofrimento para aperfeiçoar e purificar o seu povo, e, sobretudo, demonstrar a suficiência da Sua graça. “Quando não confiamos na soberania de Deus ou não entendemos seus propósitos, então experimentamos preocupação, medo e ansiedade, ao passarmos por circunstâncias difíceis”[41].
Cristo deve ser o centro de sua vida e único alvo de adoração. O filho desejado jamais pode furtar o lugar do Verbo Encarnado. Fazê-lo, além de ser pecado, gera sofrimento. A satisfação do casal tem de estar prioritariamente em Deus. E a Ele deve ser dirigida a honra e a adoração que lhe é devida. Uma vida centrada na concepção é caracterizada pela obsessão, uma postura que dificulta os relacionamentos e afasta de Deus[42].
Ao invés de querer amar um filho que não nasceu, ou mesmo depositar a esperança de completude e felicidade na geração de filhos, o que o casal infértil mais necessita é colocar sua esperança no relacionamento com Cristo. Porquanto, ainda que a perseverança na fé não tenha como desfecho uma gravidez, Deus é plenamente capaz de preencher suficientemente o coração. Afinal, ele garantiu: “De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei” (Hb 13.5). Esse é o remédio redentor para a infertilidade: a comunhão íntima com Deus.
Perceba que o modus operandi da divindade no que concerne à consolação nem sempre se alinha com o que almejamos. Ao invés de conceder o que se deseja, o Todo-poderoso oferece a si mesmo como o único capaz de satisfazer os anseios mais profundos da alma humana[43]. Ele abençoa o indivíduo, concedendo-lhe uma visão mais clara de quem Ele é: “aquele que satisfaz a nossa alma para sempre - mesmo quando não há saúde, riqueza e prosperidade”[44]. Foi essa satisfação que levou o apóstolo Paulo a afirmar que estar com Cristo “é incomparavelmente melhor” (Fp 1.23).
Só Deus pode compreender a complexidade e as nuanças do sofrimento humano, e fornecer remédios redentores através de Sua Palavra. Por isso, é em Cristo que a liderança eclesiástica deve buscar os meios para orientar os inférteis a lidar com sua dor. Pensando nisso, Goodwin faz uma analogia entre a atitude de Jesus em face do sofrimento de Marta, em João 11.21,22, e Sua posição ante o lamento dos que enfrentam a infertilidade, e conclui que o Filho de Deus “não tem medo da nossa dor, mas nos convida a compartilhar com ele o clamor sincero de nosso coração”[45]. Isso é corroborado pelas palavras e lágrimas do próprio Cristo, o qual lamentou (Lc 13.34) e chorou (Lc 19.41) por causa dos habitantes de Jerusalém, e contristou-se pela morte de um homem que Ele mesmo ressuscitaria, demonstrando que é possível ser fiel a Deus e lamentar diante da dor.
Crendo nisso, Goodwin defende que deve-se encorajar os inférteis a expressar sua dor ao Seu Senhor, confiando no “poder de Cristo para consolar por meio da esperança de Seu evangelho”[46]. Ou seja, é preciso demonstrar que Deus se importa com quem sofre; que Ele não é um escrutinador crítico interessado exclusivamente em punir, mas é um Deus amoroso que quer que o sofredor vá ao Seu encontro com suas dúvidas e dores. Essa demonstração só pode ser feita por intermédio das Escrituras. São elas que revelam o caráter do Criador, declarando continuamente que Ele não abandona seus servos, mesmo que estes enfrentem as circunstâncias mais difíceis e dolorosas. Em Isaías 43.2, por exemplo, o Senhor assevera: “Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti”. Em relação a esse texto, Oswalt comenta: “Deus não garante que não haja dilúvios ou florestas em chama, porém promete que alguém pode sobreviver a tudo isso em razão de sua presença”[47]. Por isso, Ele diz: “não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Is 41.10).
Continua...
Pr. Cremilson Meirelles
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[1] COLLINS, Gary R. Aconselhamento cristão: edição século 21. Tradução Lucília Marques Pereira da Silva. São Paulo: Vida Nova, 2004, p. 499.
[2] ZIMMERMAN, Julie Irwin. A Spiritual Companion to Infertility. Illinois: ACTA Publications, 2009. Formato Kindle, posição 68.
[3] FARIA, Dieime Elaine Pereira de; GRIECO, Silvana Chedid; BARROS, Sônia Maria Oliveira de. Efeitos da infertilidade no relacionamento dos cônjuges. Rev. Esc. Enferm. USP, São Paulo, v. 46, n. 4, p. 794-801, ago. 2012, p. 799. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/reeusp/a/qswx8tvwvT99qD3tHwzxrqJ/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em 12 jul. 2021.
[4] Idem.
[5] Idem.
[6] Idem.
[7] Idem.
[8] LOPES, Hernandes Dias. Casados e felizes. São Paulo: Hagnos, 2008, p. 106.
[9] Frota e Leite, seguindo uma abordagem baseada na fenomenologia heideggeriana, concluem que “a condição de infértil pode também desestabilizar as relações do indivíduo com seu entorno social, uma vez que o casal infértil se percebe na impossibilidade de cumprir a função parental esperada pela sociedade. Essa cobrança gera dificuldades e incômodo nos casais para lidar com seu grupo social, sendo necessário enfrentar a influência da família, dos amigos e da religião, que estimulam o desejo de ter filho” (LEITE, Renata Ramalho Queiroz; FROTA, Ana Maria Monte Coelho. O Desejo de Ser Mãe e a Barreira da Infertilidade: Uma Compreensão Fenomenológica. Revista da Abordagem Gestáltica - Phenomenological Studies – XX(2): 151-160, jul-dez, 2014, p.152.).
[10] MONROE, Philip; MONROE, Kimberly. A Bíblia e a dor da infertilidade. In: SBPV. Coletânea de aconselhamento bíblico. Volume 7. Atibaia, p. 107.
[11] Cf. op. cit. p. 106.
[12] LEE, T. Y.; SUN, G. H.; CHAO, S. C. The effect of an infertility diagnosis on the distress, marital and sexual satisfaction between husbands and wives in Taiwan. Human Reproduction Vol. 16, Nº 8, p. 1762-1767, 2001, p. 1765.
[13] CAVANAUGH, Jeff. How the Church Makes the Trial of Infertility Better (or Worse). The Gospel Coalition December 25, 2013. Disponível em http://www.thegospelcoalition.org/article/how-the-church-makes-the-trial-of-infertility-better-or-worse. Acesso: 22 de agosto de 2021 (Tradução nossa).
[14] Cavanaugh comenta que, ele e sua esposa, sentiam “uma pontada aguda quando os membros especulavam brincando: ‘deve haver alguma coisa na água’!” (CAVANAUGH, 2013, Tradução nossa).
[15] MONROE, P.; MONROE, K., p. 106.
[16] ZIMMERMAN, 2009, Posição 134 (tradução nossa).
[17] Segundo Costa et al., “a infertilidade é uma importante causa de discórdia conjugal e divórcio [...] A infertilidade pode, ainda, provocar a perda da estabilidade conjugal, do status social, do seguro social e isolamento (COSTA, Cybelle Maria de Vasconcelos et al. Infertilidade: causa ou consequência da violência? Rev Med Minas Gerais 2016; 26 (Supl 8): S355-S361, p. 356).
[18] COLLINS, 2004, p. 498.
[19] COLLINS, loc. cit.
[20] GOODWIN, Brady. Caring for Those Suffering from Infertility, Part One. November 19, 2020. Disponível em: <https://www.biblicalcounselingcoalition.org/2020/11/19/caring-for-those-suffering-from-infertility-part-one/>. Acesso em12 de agosto de 2021
[21] CHWARTZ, Suzana. Ensaio sobre fertilidade e esterilidade na Bíblia hebraica. In LEWIN, H., coord. Judaísmo e modernidade: suas múltiplas interrelações [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2009. pp. 457-466, p. 458.
[22] “Comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas, que te der o SENHOR, teu Deus, na angústia e no aperto com que os teus inimigos te apertarão. A mais mimosa das mulheres e a mais delicada do teu meio, que de mimo e delicadeza não tentaria pôr a planta do pé sobre a terra, será mesquinha para com o marido de seu amor, e para com seu filho, e para com sua filha; mesquinha da placenta que lhe saiu dentre os pés e dos filhos que tiver, porque os comerá às escondidas pela falta de tudo, na angústia e no aperto com que o teu inimigo te apertará nas tuas cidades” (Dt 28.53,56,57).
[23] Berkhof explica que “Os sofrimentos da vida, que resultam da entrada do pecado no mundo, também estão incluídos na penalidade do pecado”. Isso redundou em distúrbios que abarcam todos os aspectos da vida humana. Inclusive a sua saúde. De forma que a “vida física caiu presa de fraquezas e doenças” (BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 3 ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 256).
[24] “[…] o SENHOR havia tornado estéreis todas as mulheres da casa de Abimeleque, por causa de Sara, mulher de Abraão” (Gn 20.18, grifo nosso).
[25] “Também se um homem se deitar com a sua tia, descobriu a nudez de seu tio; seu pecado sobre si levarão; morrerão sem filhos. Se um homem tomar a mulher de seu irmão, imundícia é; descobriu a nudez de seu irmão; ficarão sem filhos” (Lv 20.20,21, grifo nosso).
[26] KELLEMEN, Robert W. Aconselhamento segundo o evangelho: como Cristo transforma vidas. São Paulo: Cultura Cristã, 2018, p. 66.
[27] Op. cit., p. 60.
[28] MACARTHUR, John. Nossa suficiência em Cristo. São José dos Campos, SP: Fiel, 2015, p. 235.
[29] Op. cit. loc. cit. WELCH, Edward T. Exaltar a Dor? Ignorar a Dor? O que fazer com o sofrimento? In: SBPV. Coletânea de aconselhamento bíblico. Volume 1. Atibaia, p. 20.
[30] Op. cit. loc. cit.
[31] Embora a Bíblia não traga essa informação, Barclay afirma que a filha de Faraó, “para sua dor, era estéril” (BARCLAY, William. The Letter of the Hebrews. Tradução de Carlos Biagini. Filadélfia: Westminster Press, 1976, p. 164).
[32] Nome pelo qual Josefo se refere à filha de Faraó. Cf. JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. 9 ed. Rio de Janeiro: CPAD. 2005, p. 139.
[33] PIPER, John. Casamento Temporário. Traduzido por Marcos Vasconcelos. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p. 123.
[34] Ibid.
[35] Ibid.
[36] Cf. PIPER, 2011, p. 124.
[37] KÖSTENBERGER, Andreas J. Deus, casamento e família: reconstruindo o fundamento bíblico. Traduzido por Susana Klassen. São Paulo: Vida Nova, 2015, p. 127.
[38] MONROE, P.; MONROE, K., p. 113.
[39] Cf. REISSIG, Courtney. Don’t waste your infertility. January 23, 2012. Disponível em <https://www.thegospelcoalition.org/article/dont-waste-your-infertility/>. Acesso em 20 de agosto de 2021.
[40] Ibid.
[41] MACARTHUR, 2015, p. 236.
[42] Cf. BAKER, Amy; WICKERT, Daniel. Infertilidade: conforto para casais. São José dos Campos, SP: Fiel, 2017.
[43] Cf. BAKER; WICKERT, 2017.
[44] PIPER, 2012, p. 30.
[45] GOODWIN, 2020. Disponível em: <https://www.biblicalcounselingcoalition.org/2020/11/19/caring-for-those-suffering-from-infertility-part-one/>. Acesso em12 de agosto de 2021.
[46] Op. Cit.
[47] OSWALT, John N. Comentário do Antigo Testamento – Isaias. Vol. 02. Tradução de Valter Graciano Martins. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p. 166.
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