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A INFERTILIDADE NO CONTEXTO DA FÉ CRISTÃ – PARTE 1

Tratamento para infertilidade pelo SUS em Natal – Blog Palavra de Mãe

 INTRODUÇÃO

Independente da fé, o desejo de ter filhos integra o projeto de vida da maioria dos casais. Assim que uma nova união é anunciada, amigos e familiares passam a nutrir a expectativa da procriação. Afinal, mulheres querem ser mães, homens aspiram a paternidade, pais esperam se tornar avós, irmãos se alegram com a possibilidade de serem tios e amigos querem fazer parte dessa história. Por isso, a incapacidade de gerar filhos traz consigo uma grande frustração. Mesmo que se trate de uma infertilidade secundária[1]. Pois, muitas vezes, os planos incluem mais de um filho.

Conquanto seja um tema pouco abordado nas igrejas, a infertilidade é mais comum do que parece. “Cerca de 20% da população em idade reprodutiva” lida com esse problema[2]. De forma que, dentro e fora da igreja, há sempre alguém sofrendo por não poder realizar o sonho de ter filhos. Esses casais, embora precisem de ajuda e cuidado, nem sempre encontram o apoio que necessitam. Isso porque, “a infertilidade costuma ser mal compreendida e as pessoas menosprezam-na”[3]; o que leva os inférteis a sofrerem em silêncio.

Russel Moore destaca que “quase toda congregação está cheia de pessoas previamente inférteis, incluindo muitas a quem profissionais da medicina disseram que nunca teriam filhos!”[4] As lideranças eclesiásticas devem, portanto, atentar para essa realidade e prover o suporte que esses indivíduos necessitam através das Escrituras. Essa não é uma tarefa fácil, visto que, além da fragilidade que os caracteriza, nem todos que estão nessa condição procurarão o aconselhamento pastoral.  

Ponderando esses aspectos e reconhecendo a necessidade de cuidar de quem sofre com a infertilidade, fornecendo respostas bíblicas aos seus questionamentos, nesta série de textos nos propomos a elencar o que a Bíblia diz sobre a infertilidade, a fim de fornecer subsídios para que se possa lidar com a questão no contexto da igreja local. Ademais, consideraremos as implicações práticas e relacionais da incapacidade de gerar filhos no âmbito da fé cristã.

1 - A infertilidade e o sofrimento

Desde o princípio da criação, paternidade e maternidade fazem parte da existência humana. O relato bíblico em que o Criador ordena a multiplicação (Gn 1.28) evidencia que o ser humano foi abençoado com a capacidade de cumpri-la. Haja vista que antes do mandato divino é registrado que Deus abençoou o primeiro casal[5]. A procriação, conforme Utley[6], estava incluída nessa bênção. Ou seja, a infertilidade não fazia parte da condição original do homem. Ela só apareceu após a queda. Isto é, a corrupção decorrente do pecado maculou o homem em todos os aspectos de sua vida, produzindo distúrbios físicos e espirituais. Daí em diante, muitas pessoas passaram a sofrer com a esterilidade.

Na Bíblia há vários casos de mulheres inférteis que, embora tenham concebido por meio da intervenção divina, por algum tempo tiveram de lidar com a angústia de não poder gerar filhos. A história de Ana (1Sm 1.1-28) é provavelmente o exemplo mais emblemático da aflição relacionada à infertilidade. Contudo, essa dor não era exclusividade das mulheres hebreias. Havia culturas em que a esterilidade ensejava até mesmo o divórcio[7]. Essa era a realidade no ambiente cultural da Grécia antiga. Como explica Santos[8], a infertilidade tanto do homem quanto da mulher dava ocasião à dissolução do vínculo conjugal. Semelhantemente, o direito romano, previa o divórcio “por impotência do marido ou esterilidade da mulher” [9]. Ou seja, além de ter de lidar com a tristeza por não poder gerar filhos, muitas mulheres tinham que amargar o rompimento conjugal e carregar o estigma da infecundidade. Afinal, de um modo geral, a geração de filhos sempre foi uma expectativa associada ao matrimônio. Por essa razão, conforme salienta Brancaglion, no Egito antigo, “a homossexualidade era vista como inconveniente pela sua esterilidade”[10].

Inobstante, a Bíblia não trata exclusivamente da esterilidade feminina. Em Dt 7.13-15, por exemplo, pode-se perceber que a infecundidade masculina era vista como um infortúnio equivalente à infertilidade da mulher. Dado que, ao relacionar as bênçãos derivadas da fidelidade à aliança, o texto inclui, no versículo 14, a erradicação da infecundidade, tanto masculina quanto feminina. Cabe salientar, porém, que conquanto os substantivos homem e mulher não apareçam no hebraico[11], o adjetivo ‘āqār (estéril) aparece duas vezes com flexões de gênero diferentes, indicando a esterilidade masculina (‘āqār) e a feminina (‘ăqārâ); o que justifica a tradução da ARA: “Bendito serás mais do que todos os povos; não haverá entre ti nem homem, nem mulher estéril, nem entre os teus animais” (Dt 7.14, grifo nosso).

Apesar de nem sempre ser considerada, essa informação se reveste de grande importância, visto que lança luz sobre a realidade das enfermidades ligadas à procriação no Antigo Oriente Próximo, demonstrando que elas afligiam ambos os sexos e estavam presentes mesmo nas sociedades mais avançadas. Essa ideia é facilmente depreendida do versículo 15[12], uma vez que este indica que as doenças das quais os israelitas receberiam livramento eram, com efeito, aquelas que atormentavam os egípcios[13]. Provavelmente, a esterilidade, ainda que já mencionada no versículo 14, estava incluída nessa declaração. Porque, de acordo com Silva a incapacidade de gerar filhos era uma das enfermidades mais temidas no Egito antigo, sobretudo pelos homens[14]. Acerca disso, a autora assevera que

 

o homem não fértil ou impotente era algo muito grave, pois este ao morrer dependeria de um filho que perpetuasse sua memória, levando oferendas e fazendo ritos em sua tumba. Com estes procedimentos o morto não teria seu nome esquecido, pois só assim ele viveria no Além, não teria o risco de passar por uma segunda morte, que era a morte do esquecimento de sua memória[15].

 

 Semelhantemente, no antigo Israel, a geração de filhos era grandemente estimada. Sendo inclusive considerada como evidência do favor divino[16]. Ter uma descendência numerosa era uma honra almejada. As Escrituras dão testemunho disso em vários textos. No livro dos salmos é dito que uma casa cheia de filhos é sinônimo de bem-aventurança[17]. Provérbios 17.6 diz que “a coroa dos velhos são os filhos dos filhos”. Isso somado à promessa de uma posteridade abundante, feita a Abraão, Isaque e Jacó (Gn 15.5; 22.17; 26.4; 28.14), fazia com que os homens temessem a esterilidade.

É preciso acentuar ainda que a escassez de relatos de casos de homens estéreis não significa que somente as mulheres sofriam desse mal. Uma indicação disso aparece no manuscrito conhecido como “Gênesis Apócrifo”, encontrado em uma das cavernas de Qumran, no qual a história de Abraão e Sara em Gerar, narrada em Gênesis 20 é expandida, “propondo que Deus torna o rei infértil em vez de suas esposas”[18]. Desse texto podemos depreender duas verdades. A primeira é que a infertilidade masculina era algo conhecido desde os primórdios de Israel. Em segundo lugar, vemos que a infecundidade do homem era vista como uma calamidade resultante do juízo divino. Uma mentalidade que Coleman[19] aponta como corrente entre os antigos hebreus.

É importante sublinhar também que, na sociedade contemporânea, embora a infecundidade continue sendo temida pelos homens, esse medo, muitas vezes, é motivado por razões não vinculadas à fé. Uma das principais está ligada à virilidade. Porque, conforme asseveram Ribeiro e Seger-Jacob, ainda hoje, “a infertilidade de causa masculina é, socialmente, vista como baixa virilidade e masculinidade, uma vez que o homem está incapacitado de engravidar uma mulher”[20]. É claro que essa perspectiva resulta de concepções culturais, e não de conceitos religiosos. Mas, é um pensamento que aparece nos mais variados segmentos. Soma-se a isso o fato de que “em todo o mundo, cerca de 40% do total de casais inférteis enfrentam problemas relacionados ao homem”[21]. Ou seja, muitos homens encaram esse preconceito cultural e a dor que dele decorre.

É bem verdade, entretanto, que no decorrer da história a estigmatização da infertilidade acrescentou mais sofrimento às mulheres que aos homens. Até porque, em muitas culturas a maternidade não era somente celebrada, mas também divinizada. Acerca disso, Gaarder sublinha que “em muitas religiões o deus do céu faz par com uma divindade feminina”[22], geralmente ligada à terra; o que era facilmente compreendido nas sociedades agrárias. Pois, a fecundidade da terra depende do sol e da chuva que vêm do céu. Essa valorização da fertilidade estava diretamente ligada à capacidade reprodutora da mulher. Logo, a infecundidade feminina era vista como uma calamidade. Esse entendimento se sedimentou universalmente, tornando a esterilidade um mal quase que exclusivamente feminino[23]. E ainda que não seja absoluto, esse pensamento até hoje encontra espaço no imaginário popular. De maneira que “a mulher parece ser vista como a principal responsável pelos problemas reprodutivos, não só culturalmente, como também dentro da comunidade médica”[24]

Suzana Chwartz localiza a raiz dessa estigmatização no fato de que, em todas as civilizações, “assim como a bênção se opõe à maldição, a fertilidade se opõe à esterilidade”[25]. Ou seja, em geral, fertilidade e infertilidade são realidades diametralmente opostas, tal como ordem e caos, vida e morte. Chwartz frisa ainda que, embora a Bíblia não associe a esterilidade à morte e não a inclua entre as maldições resultantes da quebra da aliança, a incapacidade de gerar filhos é sinônimo de sofrimento. Haja vista que “o ideal bíblico é o de fecundidade, abundância e multiplicidade”[26], e geralmente está associado à mulher. Isso pode ser observado, por exemplo, no salmo 128: “tua esposa, no interior de tua casa, será como a videira frutífera; teus filhos, como rebentos da oliveira, à roda da tua mesa” (Sl 128.3).

Por conseguinte, conquanto a Escritura considere a existência da esterilidade masculina[27], é provável que as mulheres estéreis experimentassem maior dor e frustração. Pois, se por um lado o nascimento de filhos era recebido como uma bênção do Senhor (Sl 127.3), por outro a ausência de descendência era vista como evidência do desfavor divino. Essa ideia era reforçada pelo fato de que alguns casos de adultério eram punidos com a esterilidade[28]. Inclusive, essa era a razão para que os casais sem filhos fossem olhados com suspeita[29].

Não obstante, o sofrimento feminino em face da infecundidade não se restringe a uma cultura ou religião. A maioria das limitações impostas pela incapacidade de gerar filhos são universais. No entanto, conforme salientam Trindade e Enumo, “a angústia decorrente do diagnóstico de infertilidade pode variar de acordo com a valorização atribuída à maternidade e à paternidade”[30]. Mas, em geral, há sofrimento. Porquanto, o criador além de ordenar a procriação, dotou suas criaturas da capacidade e do desejo de procriar. Isso é indicado na Escritura Sagrada pelo fato de não existirem personagens que tenham decidido nunca terem filhos. O único caso de contracepção é registrado em Gênesis 38. Porém, aparentemente, Onã evita engravidar a viúva de seu irmão por egoísmo e rivalidade fraternal[31], e não por uma decisão definitiva de não ter filhos. Aliás, vale ressaltar que o emprego de métodos contraceptivos não indica necessariamente a inexistência do desejo de procriar.  

Em contrapartida, é importante lembrar que o surgimento da pílula anticoncepcional alavancou o discurso favorável à soberania feminina no que tange à maternidade. De acordo com Barbosa e Rocha-Coutinho, desde então a mulher pós-moderna passou gozar de maior autonomia sexual, “podendo optar por ter ou não filhos e por quando tê-los”[32]. Cumpre enfatizar, no entanto, que essa concepção da sexualidade feminina geralmente está associada a uma visão negativa do papel bíblico da mulher, visto que tende a enxergá-lo como um instrumento de opressão. E, por essa razão, seus defensores frequentemente identificam o modelo familiar judaico-cristão como a raiz do sofrimento diante da infertilidade. Pois, entendem a maternidade como uma imposição resultante de um papel social construído e não de um instinto humano. A esse respeito Trindade e Enumo sublinham que “é farta a literatura mostrando a imposição social da maternidade para a ‘mulher normal’ e as consequências pessoais e sociais de problemas reprodutivos, com exemplos que abrangem sociedades e momentos históricos diferentes”[33].

A despeito das divergências relativas às raízes da dor da mulher infértil, o sofrimento está presente na grande maioria dos casos. Kimberly e Philip Monroe destacam que, em resposta a uma pesquisa, mulheres portadoras de doenças crônicas e/ou graves “qualificaram a dor emocional da infertilidade como equivalente à de uma doença terminal”[34]. Em outra pesquisa, “63% das mulheres que passaram pela infertilidade e pelo divórcio qualificaram a infertilidade como mais dolorosa do que o divórcio”[35].

Essas analogias revelam uma realidade que muitas vezes escapa à percepção de muitos. Ou seja, o fato de que a incapacidade de gerar filhos não é apenas uma mazela biológica, mas uma condição caracterizada pelo sofrimento, que aflige mais intensamente as mulheres. Tendo em vista que estas, além da frustração natural a cada ciclo menstrual, têm de lidar com o sentimento de inaptidão feminina, o estresse conjugal e com as expectativas dos amigos e familiares, que por vezes fazem comentários inoportunos e inadequados[36].

Todos esses fatores devem ser levados em conta por ocasião do aconselhamento. No entanto, a história pessoal de cada indivíduo é que lançará luz sobre as raízes do sofrimento. Até porque, é possível que a frustração nas tentativas de solucionar o problema, as exigências da parentela ou qualquer outro motivo tenha potencializado o estresse e a dor. Kimberly e Philip Monroe, um casal que viveu essa amarga experiência, afirmam que “os casais estéreis passam por experiências e frustrações semelhantes na luta para ter uma criança”[37]. Isto é, homem e mulher enfrentam juntos o mesmo desafio. Por isso, as vivências dos dois devem ser consideradas no processo.

Continua...

 Pr. Cremilson Meirelles

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Se você é um pastor que tem cuidado de evangélicos inférteis, clique neste link: Pesquisa sobre infertilidade na igreja - Formulários Google

 Para ler a parte 2 clique aqui

 


[1] A infertilidade pode ser dividida em primária e secundária. Ou seja, casais que nunca conseguiram uma gestação e casais que já tiveram “uma gestação anterior, independentemente do resultado” (CORRÊA, Frederico José Silva; GOMES, Josenice de Araújo da Silva; SOUZA, Priscila Morais Galvão. Avaliação básica do casal infértil. In: PRIMO, Walquíria Quida Salles Pereira; CORRÊA, Frederico José Silva; BRASILEIRO, Jean Pierre Barguil. Manual de Ginecologia da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Brasília. 2 ed. Brasília: Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal, 2017, p. 270.).

[2] SOUZA, Ângela Machado de, et. al. Casais inférteis e a busca pela parentalidade biológica: uma compreensão das experiências envolvidas. Pensando Famílias, 21(2), dez. 2017, (76-88), p. 76.

[3] MONROE, Philip; MONROE, Kimberly. A Bíblia e a dor da infertilidade. In: SBPV. Coletânea de aconselhamento bíblico. Volume 7.  Atibaia, p. 103.

[4] MOORE, Russel. Dia das Mães e casais estéreis. 2012. Disponível em: < https://voltemosaoevangelho.com/blog/2012/05/russell-moore-dia-das-maes-e-casais-estereis/>. Acesso em 24 de agosto de 2021.

[5] “E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” (Gn 1.28, grifo nosso).

[6] UTLEY, Robert James. How It All Began: Genesis 1–11. Vol. 1A. Study Guide Commentary Series. Marshall, Texas: Bible lessons International 2001, p. 34.

[7] No contexto patriarcal veterotestamentário, por outro lado, o divórcio por esterilidade parece não ser cogitado. Isso porque, os patriarcas seguiam os costumes de seu ambiente cultural, observando as prescrições do Código de Hamurabi, o qual concedia ao marido o direito de tomar uma segunda esposa “em caso de esterilidade da primeira” (DE VAUX, Roland. Instituições de Israel no Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2004, p.45.)

[8] Santos, Sidney Francisco Reis dos. O direito de família na Grécia da Idade Antiga. Disponível em: http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1779. Acesso: 21 de Junho de 2021.

[9] JUSTO, A. Santos. O divórcio no direito romano: algumas referências à sua evolução histórica e ao direito português. Revista Direito e Desenvolvimento – a. 3, n. 5, janeiro/junho 2012, p. 305.

[10] BRANCAGLION Jr., Antonio. Homossexualismo no Egito Antigo. In: Métis: história & cultura – v. 10, n. 20, p. 69-79, jul./dez. 2011, p. 76. Disponível em http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/metis/article/view/1339. Acesso: 22 de Junho de 2021.

[11] Idioma em que o texto em questão foi redigido.

[12] “O Senhor afastará de ti toda enfermidade; sobre ti não porá nenhuma das doenças malignas dos egípcios, que bem sabes; antes, as porá sobre todos os que te odeiam” (Dt 7.15, grifo nosso).

[13] Cf. THOMPSON, J. A. Deuteronômio: introdução e comentário. Tradução: Carlos Osvaldo Pinto. São Paulo: Vida Nova, 1982, p. 127.

[14] SILVA, Josiane Gomes da. O papiro erótico de Turim e os espaços do cotidiano no Egito Antigo. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes. Programa de Pós-graduação em História, 2013.

[15] Op. cit., p. 44.

[16] “A presença de filhos era uma evidência clara de que o casal recebera o favor de Deus (SI 127.3-5). Eles eram símbolo de uma vida plena, justa e feliz” (COLEMAN. William L. Manual dos tempos e costumes bíblicos. Belo Horizonte: Betânia, 1991, p. 85).

[17] “Herança do SENHOR são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão. Como flechas na mão do guerreiro, assim os filhos da mocidade. Feliz o homem que enche deles a sua aljava; não será envergonhado, quando pleitear com os inimigos à porta” (Sl 127.3-5, grifo nosso).

[18] SCHONES, David A. Infertility in 1Samuel 1: toward a hermeneutic of reproduction. (tradução nossa). Oklahoma: B.A., University of Oklahoma; M.T.S., Brite Divinity School, 2019, p. 147.

[19] Coleman sublinha que os antigos hebreus consideravam a esterilidade “um castigo dos céus”. Até porque, “a falta de filhos era um dos castigos prescritos na lei para os casos de adultério (Lv 20.20,21)” […] De maneira que “o casal que não os tivesse era olhado com suspeita” (COLEMAN, 1991, p. 85).

[20] Apud LEITE, Renata Ramalho Queiroz; FROTA, Ana Maria Monte Coelho. O Desejo de Ser Mãe e a Barreira da Infertilidade: Uma Compreensão Fenomenológica. Revista da Abordagem Gestáltica - Phenomenological Studies – XX(2): 151-160, jul-dez, 2014, p. 155.

[21] MOURA, Maria Decat de; SOUZA, Maria do Carmo Borges; SCHEFFER, Bruno Brum. Reprodução assistida. Um pouco de história. Rev. SBPH v. 12 n. 2, Rio de Janeiro, dez., 2009, p. 40.

[22] GAARDER, Jostein ; HELLERN, Victor; NOTAKER, Henry. O Livro das Religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 20.

[23] “Nicolas Venette, autor do importante La génération de l’homme ouTableau de l’amourconjugal, obra de 1696, repetia os antigos afirmando que as mulheres eram mais responsáveis pela esterilidade do que os homens (apud Darmon, 1981, p. 27). Sua opinião encontrava respaldo em presunções populares, correntes nos séculos XVI e XVII, de que as mulheres muito bonitas eram impotentes por castigo divino, irado com suas vaidades. E as muito feias também o eram, num castigo divino, por sua inveja das bonitas” (DEL PRIORE, Mary.  Homens e mulheres: o imaginário sobre a esterilidade na América portuguesa. História, Ciências, Saúde — Manguinhos, vol. VIII: 98-112, mar.-jun. 2001, p. 106).

[24] LEITE; FROTA, 2014, p.152.

[25] CHWARTZ, Suzana. Ensaio sobre fertilidade e esterilidade na Bíblia hebraica. In LEWIN, H., coord. Judaísmo e modernidade: suas múltiplas interrelações [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2009. pp. 457-466, p. 458.

[26] CHWARTZ, 2009, p. 457.

[27] Bendito serás mais do que todos os povos; não haverá entre ti nem homem, nem mulher estéril, nem entre os teus animais” (Dt 7.14, grifo nosso).

[28] “Também se um homem se deitar com a sua tia, descobriu a nudez de seu tio; seu pecado sobre si levarão; morrerão sem filhos. Se um homem tomar a mulher de seu irmão, imundícia é; descobriu a nudez de seu irmão; ficarão sem filhos” (Lv 20.20,21, grifo nosso).

[29] Cf. COLEMAN, 1991, p. 85.

[30] TRINDADE; ENUMO Apud LEITE e FROTA, 2014, p.152

[31] Cf. WALTKE, Bruce K. Comentário do Antigo Testamento: Gênesis. São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 628.

[32] BARBOSA, Patrícia Zulato; ROCHA-COUTINHO, Maria Lúcia. Maternidade: novas possibilidades, antigas visões. PSIC. CLIN., RIODE JANEIRO, VOL.19, N.1, P.163 – 185, 2007, p. 166.

[33] TRINDADE, Zeidi Araújo; ENUMO, Sônia Regina Fiorim. Triste e Incompleta: Uma Visão Feminina da Mulher Infértil. Psicologia USP, 2002, Vol. 13, Nº.2, 151-182, p. 153..

[34] MONROE, P.; MONROE, K., p. 103.

[35] Op. cit., loc. cit.

[36] Cf. op. cit., p. 105-107.

[37] op. cit., p. 105.

 

A INFERTILIDADE NO CONTEXTO DA FÉ CRISTÃ – PARTE 1 A INFERTILIDADE NO CONTEXTO DA FÉ CRISTÃ – PARTE 1 Reviewed by Pr. Cremilson Meirelles on 12:28 Rating: 5

4 comentários:

  1. Parabéns Pastor pelo assunto em questão. Desejoso da continuidade deste o mais breve possível. Rsrs

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  2. Muito bom e oportuno o seu estudo, Pastor. Edificante e novidade pra mim. Parabéns!

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