INTRODUÇÃO
“Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.” (Romanos 1.25)
Embora alguns tentem negar essa paternidade, a teologia inclusiva é uma das filhas legítimas do liberalismo teológico. Sua proposta (a inclusão de praticantes do homossexualismo no rol de membros das igrejas) se baseia no condicionamento cultural de alguns textos bíblicos, um elemento fundamental da teologia liberal. Por conta disso, podemos afirmar seguramente que a teologia inclusiva é o último degrau do liberalismo teológico.
Todavia, apesar da evidente inadequação desse pensamento ao ensino bíblico, lamentavelmente, o número de adeptos dessa heresia tem crescido entre as denominações históricas, sobretudo entre os batistas. Diante desse quadro tenebroso, urge a necessidade de refutar os argumentos que sustentam esse falso ensino. Por isso, após uma breve definição, nos empenharemos em combater os pressupostos dessa nefasta ideologia.
1 – O QUE É TEOLOGIA INCLUSIVA?
De acordo com seus defensores, a teologia inclusiva “é um ramo da teologia tradicional voltado para a inclusão, prioritariamente, das categorias socialmente estigmatizadas como os negros, as mulheres e os homossexuais[1]”. Por essa razão, seus adeptos, utilizando uma interpretação tendenciosa, usam textos bíblicos para justificar a compreensão da homossexualidade como algo natural e aprovado por Deus. A partir dessa perspectiva, concluem que é perfeitamente possível praticar o homossexualismo e ser discípulo de Jesus Cristo. Evidentemente, as Escrituras condenam essa prática. Mas, apenas dizer isso é insuficiente. É necessário demonstrar essa verdade por meio da confrontação bíblica de cada um dos argumentos que fundamentam esse falso ensino.
2 – ARGUMENTOS MAIS USADOS PELOS INCLUSIVOS
a) O amor valida o comportamento
Conforme o discurso inclusivo, o fato de Deus amar toda a humanidade significa que os gays não arrependidos de suas práticas serão aceitos na morada celeste; e, se serão recebidos nos céus, não podem ser excluídos das igrejas locais. A fim de respaldar essa conclusão, geralmente, citando 1Jo 4.8, questionam: “Como poderia um ser que é todo amoroso punir relações iniciadas e mantidas pelo amor?”
Partindo dessa premissa, os defensores do “homossexualismo cristão” argumentam que todas as relações humanas nas quais há amor são aprovadas pelo Todo-poderoso. Com base nisso, acusam os cristãos que classificam as relações homoafetivas como pecaminosas, de impor a heterossexualidade e fomentar a opressão dos homoafetivos.
Essa argumentação, entretanto, pressupõe que o amor suplanta os outros atributos da divindade. Porquanto, embora Deus seja santo (1Pe 1.16), não requer santidade; conquanto seja justo (Sl 116.5), não pune o pecado; e sendo soberano (Dt 10.17), negligencia a corrupção do padrão que estabeleceu. Tais pressupostos fazem do Senhor um ser contraditório, além de desconsiderar os relatos bíblicos da aplicação do juízo e da manifestação da ira do Todo-poderoso.
Ora, desde o princípio, o Criador explicitou Sua vontade a respeito da sexualidade humana. Em Mateus 19.3-6, por exemplo, Jesus, aludindo à Criação, especifica que o casamento deve ser heterossexual (macho e fêmea), monogâmico e indissolúvel. Semelhantemente, o escritor aos hebreus, ao apontar o adultério e a fornicação como pecados (Hb 13.4), demonstra que a sexualidade alinhada com o caráter do Pai celestial é a que se expressa apenas no matrimônio, e deixa claro que os transgressores serão julgados por Deus. Isso invalida o pressuposto de que o amor justifica qualquer prática.
b) Deus se importa com o interior, e não com o exterior
Essa é outra grande mentira propagada pelos inclusivos. De acordo com ela, o que conta para Deus não é o que se faz com o corpo, mas sim a postura interior do indivíduo.
No entanto, o ensino bíblico mostra que Deus se importa com o uso que fazemos do corpo que Ele nos deu. Senão vejamos, em 2Co 5.10, o apóstolo Paulo diz que, diante do tribunal de Cristo, cada um receberá “segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal”. De igual modo, em 1Co 6.20, ele concita seus leitores a glorificar o Senhor no corpo e no espírito, visto que ambos pertencem a Ele.
c) As condenações do homossexualismo no A.T. estavam relacionadas aos cultos idólatras.
A relativização das condenações bíblicas é um dos artifícios favoritos dos teólogos do movimento inclusivo. Aliás, muitos, com a intenção de transgredir a lei do Senhor, lançam mão desse recurso. Mas, a Bíblia diz que quem procede dessa forma o faz para sua própria perdição (2Pe 3.16).
Contudo, apesar da advertência bíblica, os adeptos da teologia inclusiva insistem em argumentar que o pecado tratado em Levítico (18.22; 20.13) não era o homossexualismo, mas a idolatria. Isto é, na concepção deles, o homossexualismo só é errado se estiver associado a um culto idolátrico.
Para fortalecer sua defesa, eles dizem que, como a condenação do homossexualismo está num texto em que existem regras que perderam sua vigência para os cristãos, tais como o apedrejamento (Lv 20.2) e a dieta judaica (Lv 20.25), a proibição levítica, por se tratar de um aspecto cultural, perdeu sua validade.
Porém, esse argumento se baseia em dados incompletos, visto que essa condenação se repete no N.T. (1Co 6.9,10). Além disso, se concordarmos com eles, teremos de aplicar a mesma lógica aos outros pecados sexuais mencionados no mesmo trecho de levítico: adultério (Lv 18.20; 20.10), bestialidade (Lv 18.23; 20.15) e incesto (Lv 18.7-18; 20.11).
d) Os termos traduzidos como efeminados e sodomitas significam outra coisa.
Outro ardil empregado para defender a tese do homossexualismo evangélico, é a atribuição de um sentido conveniente aos termos gregos cuja tradução favorece a teologia conservadora.
O ponto de partida para a aplicação desse recurso é 1Co 6.9, onde aparecem os vocábulos malakós e arsenokoites. Acerca do primeiro, os teólogos inclusivos afirmam que o significado real nada tem a ver com homoafetividade. De acordo com eles, a tradução correta de malakós seria mole, macio, suave, e descreveria pessoas de caráter moral fraco. É bem verdade que, dependendo do contexto, esse pode ser o sentido da palavra, como ocorre em Mt 11.8 e Lc 7.25. Porém, assim como acontece com outros termos, malakós não se limita a um único sentido (o denotativo). Isso é atestado pela literatura grega que circulava no primeiro século (Homero, Fílon, Josefo). Naqueles escritos, malakós era empregado com referência ao sujeito passivo no ato homossexual.
O termo arsenokoites é um substantivo que resulta da união de duas palavras: arsen (macho, varão) e koitê (ato sexual); e indica o parceiro ativo na relação homossexual.
e) Jesus não condenou a homossexualidade.
Essa é uma grande falácia, pois para defendê-la é necessário abraçar o pressuposto liberal de que não há conexão entre o ensino de Jesus e o de seus apóstolos. No entanto, isso não é respaldado pelas Escrituras. Porquanto, de acordo com a Bíblia, o mandamento do Salvador veio por meio de seus apóstolos (2Pe 3.2). Logo, se os apóstolos mandaram, Jesus mandou. Sendo assim, se os apóstolos condenaram o homossexualismo, Jesus também condenou.
f) Davi e Jônatas eram homossexuais.
Esse, certamente, é o argumento mais popular da teologia inclusiva, e, segundo seus adeptos, a maior evidência da aprovação do homossexualismo nas Escrituras. Entretanto, é importante frisar que os textos que relatam os encontros entre os dois jovens são narrativos, e não normativos; ou seja, não estabelecem regras. Além disso, Davi era claramente heterossexual. Justamente, por isso, ele chegou a ter 8 mulheres e várias concubinas (2Sm 5.13). Jônatas também era casado com uma mulher. Tanto, que, em 2Sm 9.1-8, vemos que ele tinha um filho. Ora, uma relação homossexual não gera filhos.
Contudo, em 1Sm 18.1 é dito que Jônatas amou Davi como à sua própria alma. Essa declaração é usada pelos inclusivos para insinuar que Davi e Jônatas eram parceiros homoafetivos. No entanto, o termo hebraico traduzido como amor (’āhaḇ) não se refere exclusivamente ao amor sexual. Suas acepções incluem o amor a Deus, o amor entre amigos envolvidos numa aliança, o amor como afeição, e o amor familiar. Inclusive, em Lv 19.18, quando a Bíblia preconiza o amor ao próximo, o mesmo termo hebraico (’āhaḇ) é utilizado. Portanto, a conclusão dos inclusivos é claramente tendenciosa.
CONCLUSÃO
Os argumentos da teologia inclusiva são flagrantemente antibíblicos; e, portanto, só podem ser sustentados abrindo mão de uma bibliologia conservadora. Porquanto, uma teologia saudável não comporta um pensamento tão distante das Escrituras. Só o liberalismo teológico pode fazê-lo. Daí, a importância de se blindar contra essas ideias. Afinal, elas estão cada vez mais próximas de nós. Até porque, lamentavelmente, há muitas igrejas históricas que, seduzidas pelo engano do liberalismo, têm abraçado as conclusões da teologia inclusiva. Não seja mais um a embarcar nessa.
Pr. Cremilson Meirelles
[1] FEITOSA, Alexandre. Bíblia e homossexualidade: verdades e mitos. Rio de Janeiro: Editora Metanoia, p.113, 114.
QUEM DEFENDE "INCLUSÀO SOCIAL" na realidade quer encher o bolso! A vdd assusta quem realmente quer ser cristão!
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ExcluirParabéns!!!
ResponderExcluirObrigado.
ExcluirBom artigo Pastor. Que Deus continue te usando poderosamente
ResponderExcluirAmém. Obrigado.
ExcluirMuito bom o artigo. Deus continue te abençoando nesta luta. Parabéns.
ResponderExcluirAmém.
ExcluirParabéns pastor Cremilson. Que o Senhor continue lhe iluminando.
ResponderExcluirAmém. Obrigado.
ExcluirBoa noite, muito bem esclarecido.devido a mídia apresentando uma normalidade mentirosa, temos sidos atacados por essas práticas. Estamos vivendo a mesma situação de Sodoma e Gomorra, que DEUS continue nos ajudando com muito AMOR e sabedoria para lidar com essa e outras situações.
ResponderExcluirAmém.
ExcluirExcelente explanação apologética. Só cai nessa heresia quem está cego pelo pecado ou não teme a Deus. Infelizmente, para esses o fim será trágico, principalmente para aqueles que induzem outros a seguirem seus falsos ensinos. Sola Escriptura!
ResponderExcluirVerdade.
ExcluirExcelente artigo pastor. Parabéns! continue firme na verdade apesar das criticas contrarias.
ResponderExcluirAmém! Obrigado.
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