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O QUE É SER CONSERVADOR?

 

Lamentavelmente, por causa da propaganda negativa promovida por opositores, esse adjetivo tem sido interpretado como uma referência a indivíduos extremistas, dispostos a impor suas convicções por meio da violência. Contudo, esse conceito está bem distante da realidade. Trata-se de uma leitura tendenciosa, que tem por objetivo desfigurar a imagem de quem abraça o conservadorismo, seja na esfera política ou na religiosa.
Conservador, como a palavra dá a entender, é alguém que conserva algo. No contexto do Cristianismo, o objeto a ser conservado são os princípios e valores revelados por Deus em Sua Palavra. Quem busca fazê-lo não visa atender um capricho pessoal, mas cumprir o que o Salvador ordenou mediante o apóstolo Paulo: “Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido [...]” (2Tm 1.13).
Essa ordem só pode ser cumprida se a verdade bíblica for crida tal como está registrada, tendo como pressuposto a inerrância e a infalibilidade das Escrituras. Afinal, as palavras são “sãs”; ou seja, estão livres de contaminação. Portanto, não há mescla de erro. Até porque, como afirmou Jesus, “a Escritura não pode falhar” (Jo 10.35).
Esses pressupostos levam o indivíduo, inevitavelmente, à conclusão de que a Bíblia, como ela mesma testifica de si, é resultado da ação do Todo-poderoso, visto que “os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21). Do contrário, não poderia ser “sã” (do grego hygiaíno = ser são, correto), e nem “modelo” (do grego hypotýposis = exemplo, modelo, padrão). Outra conclusão natural é que a inspiração divina se aplica a toda a Escritura (2Tm 3.16). Por isso, ela “é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” (2Tm 3.16,17).
Em resumo, ser conservador é ter essa compreensão, e nunca abrir mão dela. Mas, talvez, você pense: esse entendimento a maioria tem. Contudo, receio que isso não seja verdade. Porquanto, embora muitos afirmem crer na inspiração, inerrância e infalibilidade das Escrituras, há alguns que entendem esses pressupostos de maneira diferente. Há quem admita, por exemplo, que a Bíblia contém erros e contradições. E, por essa razão, limitam a inerrância às questões relativas à fé, e subordinam a inspiração à personalidade e ao ambiente cultural do autor. Alguns, por exemplo, dizem crer no que foi dito acima, mas afirmam que uma doutrina ou norma só tem validade se Jesus tiver tratado do assunto. Se um apóstolo falou, não vale. Isso equivale a dizer que os discursos de Jesus são inspirados, mas os de Paulo não. Uma clara negação da inspiração verbal e plena das Escrituras.
Evidentemente, o conservador não se alinha com doutrinas fundamentadas nessas premissas. Pois, constituem leituras parciais do texto bíblico, desconsiderando a revelação divina. Esta, para o conservador, em sua totalidade, é sempre o referencial absoluto. De modo que, quando alguém tenta, de alguma maneira, enfraquecer a inspiração ou a inerrância, ele não se cala.
Uma forma muito comum de “diminuir a inspiração” de textos normativos das Escrituras é o condicionamento cultural; isto é, a ação de declarar que a vigência de um trecho do Novo Testamento que traz mandamentos apostólicos expirou por conta da mudança cultural. Ou seja, significa dizer que, mesmo que a Bíblia afirme categoricamente que o mandamento do Senhor e Salvador veio mediante os apóstolos (2Pe 3.2), há ordens que só valiam para aquele momento.
Definitivamente, ninguém que entende que as Escrituras são divinamente inspiradas e sem mescla de erro pode concordar com isso! Até porque, qual seria o parâmetro para descartar textos dessa maneira? Além disso, se um texto foi descartado, quem garante que outros não deveriam ser também? Você consegue perceber as implicações dessa mutilação textual? É contra isso que os conservadores lutam.
Um conservador não é um brigão. Mas sim, alguém que ama as Escrituras (Sl 119.97) e é capaz de, como Paulo (At 17.17), debater com quem quer que seja, defendendo a verdade bíblica (Fp 1.16). Por conseguinte, um verdadeiro conservador jamais partiria para a agressão, mas também jamais permitiria que as Escrituras fossem torcidas sem denunciar (2Pe 3.15,16).
Pr. Cremilson Meirelles





 
O QUE É SER CONSERVADOR? O QUE É SER CONSERVADOR? Reviewed by Pr. Cremilson Meirelles on 01:11 Rating: 5

5 comentários:

  1. Quando se distorce a Bíblia para que se tenha as convicções aceitas as opções são muitas. Só não se consegue a base Bíblica para tais convicções...
    No tempo em que a vã filosofia recebe supremacia diante da Sã Doutrina quem rejeita a filosofia é chamado de fundamentalista conservador, como se fosse um xingamento...
    Mas, para quem era xingado de "Bíblia" o nível desceu.
    Que Deus conceda servos fiéis para nos confirmar diante da Bíblia, a Sua Palavra, Seus Ensinamentos.
    E que mesmo diante das lutas vindas dos que se dizem irmãos nos mantemos fiéis a Deus, que nunca falha!

    Deus nos abençoe e use!
    Henri - esposo de Sandra + 35 anos

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  2. Ótimo texto!estarei sempre acompanhando o senhor:)
    Fabrícia

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  3. Muito bom texto. Apreciei-o muito!

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  4. Que bom. Quero aproveitar e recomendar outro texto na mesma linha desse. O título é "Como receber o título de cristão extremista". Está dividido em três partes. No final de cada uma tem um link para a seguinte.
    Para ter acesso a esse conteúdo utilize o link abaixo:
    https://pastorcremilson.blogspot.com/2018/03/como-receber-o-titulo-de-cristao.html

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