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O CRISTÃO PODE JOGAR NA LOTERIA? - ÚLTIMA PARTE

Pastoral redigida para o Boletim Dominical da Primeira Igreja Batista em Manoel Corrêa
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Embora, praticamente, tenhamos esgotado o assunto, ainda resta um tópico não abordado acerca dessa temática. Refiro-me à realização de rifas nas igrejas. Afinal, há uma imensa similaridade entre a rifa e a loteria. Até porque, de certa forma, o princípio que as mantém é o mesmo: muitos investem seu dinheiro, mas apenas um ganha o prêmio. Assim, o preceito bíblico de não ser pesado aos outros é claramente negligenciado. É bem verdade, entretanto, que, às vezes, a rifa visa uma aplicação considerada nobre, tal como ajudar órfãos ou enfermos. Mas, será que isso a legitima? É o que veremos a seguir.
Primeiramente, é necessário salientar que a Bíblia ensina que o auxílio aos necessitados deve ser algo natural para as ovelhas de Jesus Cristo. Isto é, o cristão não deve fazer o bem esperando receber algo em troca. Nosso Mestre nos ensinou isso: “Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei o bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus” (Lucas 6.35). Essa, inclusive, conforme Mateus 25.31-46, é uma das particularidades dos integrantes do rebanho do Senhor. Porquanto, o Filho de Deus destacou que, por ocasião do juízo final, quando todos estiverem reunidos diante d’Ele, o altruísmo das ovelhas será apontado, porém elas entenderão que nada fizeram de mais. Na verdade, como diz o texto, perguntarão ao Senhor: “quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E, quando te vimos estrangeiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E, quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te?” (Mateus 25.37-39). Isso porque, suas realizações nunca visaram recompensa; antes, foram manifestações espontâneas de amor ao próximo.  
Essa espontaneidade resultante do novo nascimento deve fazer parte da vida de cada cristão; haja vista que Deus nos transformou. Por essa razão, o apóstolo Paulo, escrevendo aos coríntios, ressaltou que as contribuições cristãs devem ocorrer como consequência de um coração sincero e regenerado, não podendo, portanto, serem feitas com pesar ou com tristeza: “cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2Coríntios 9.7). Aí está um dos problemas da rifa: a participação geralmente se dá por constrangimento, por ambição (desejo de ganhar o prêmio) ou com um duplo propósito, a saber, ajudar alguém e ser premiado. Essas motivações, definitivamente, não se alinham com a ética do Reino de Deus, descrita por Jesus no sermão do monte.
Diante dessas implicações, surge um questionamento: se o motivo da rifa é prover recursos para uma causa considerada nobre, será que os participantes contribuiriam se por acaso não houvesse prêmio? Se a resposta for sim, a rifa perde o sentido; mas, se for não, a situação é preocupante. Pois, ficará evidente que o objetivo principal era ser beneficiado; o que joga por terra o princípio apregoado por Jesus, registrado em Atos 20.35: “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber”.
Além disso, os mesmos erros decorrentes das apostas na loteria, ainda que em menor escala, estão presentes na rifa. Como, então, um cristão pode envolver-se com tal prática? Afinal, a Bíblia diz que quem sabe fazer o bem deve fazê-lo; por que, do contrário, estará pecando (Tiago 4.17). Isto é, o servo de Deus não precisa de motivações extras para ajudar o outro. Sua maior motivação é ter sido alcançado pela graça de Deus: “de graça recebestes, de graça dai” (Mateus 10.8).
 Pr. Cremilson Meirelles


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