Pastoral redigida para o Boletim Dominical da Primeira Igreja Batista em Manoel Corrêa
Quando chega essa época do ano, as
lojas se enfeitam com coelhos e ovos de chocolate, as professoras nas escolas
pintam os rostos das crianças com nariz e bigode de coelho, além de colocarem
orelhinhas de papel em suas cabeças. É... a páscoa chegou. Uma festa que foi
despida de seu caráter religioso e assumiu uma conotação exclusivamente
comercial.
A igreja de Cristo, entretanto, se
esforça para manter viva a fé que deu origem ao feriado. Apesar disso, muitos
dos que professam a fé cristã continuam cedendo à tentação do chocolate. É
claro, entretanto, que comer ovos de chocolate não é pecado; mas, sem dúvida, é
um erro alimentar esse sistema que contraria nossa fé. Pois, enquanto o coelho
e os ovos são destacados, a ressurreição de Cristo é relegada a segundo plano.
Ou seja, numa celebração em que Jesus deveria ocupar o lugar central, o homem é
entronizado por meio da promoção da gula.
Comer ovos de chocolate nesse
período é o mesmo que comer doces de Cosme e Damião em setembro. Porquanto,
embora saibamos que nenhuma maldição virá sobre nós se os consumirmos, tal
prática está diretamente ligada a uma compreensão religiosa que vai de encontro
àquilo que cremos. É exatamente por isso que devemos evitar fazê-lo. Porque, do
contrário, estaremos ensinando nossas crianças que o símbolo da páscoa é o
coelho e a comilança, e não Jesus. Aliás, se analisarmos friamente os elementos
da páscoa moderna, veremos que eles não se encaixam nem na Bíblia e nem na
lógica. Senão vejamos: coelho não bota ovo! Não seria melhor se fosse uma
“galinha da páscoa”? O que o coelho fez por nós? Qual a relação do coelho com o
chocolate? Essas perguntas lançam luz sobre pontos frágeis desse folclore. Mas,
o que a Bíblia diz?
As Escrituras mostram claramente que
a páscoa era uma festa israelita (Êx 12.1-8,11,14), que de modo algum foi
ordenada à igreja. Na verdade, a noiva de Cristo só possui duas ordenanças, a
saber: a Ceia (Lc 22.19) e o batismo (Mt 28.19). Páscoa é coisa de judeu. Os
cristãos celebram a ressurreição de Cristo; e o fazem sempre que a Ceia do
Senhor é celebrada. Afinal de contas, como diz a Bíblia, Ele é a nossa páscoa
(1Co 5.7), isto é, o nosso cordeiro pascal. Não precisamos mais de animais para
obtermos o perdão de nossos pecados, Jesus é plenamente capaz de fazê-lo. Foi
Ele quem morreu por nós na cruz (Mc 15.33-41), não um coelho. Até porque, este,
no judaísmo, era considerado imundo (Lv 11.5). Por isso, nem como metáfora é
associado ao Filho de Deus. Jesus é o cordeiro de Deus (Jo 1.29), não o coelho.
A ligação entre o coelho e os ovos nasceu no paganismo, não na igreja. Abandone
esse negócio de coelho da páscoa. Não existe isso. Não celebre a gula, mas sim
nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Ele é o autor e consumador da nossa fé
(Hb 12.2), e não o coelho.
Pr. Cremilson
Meirelles
COELHO OU JESUS?
Reviewed by Pr. Cremilson Meirelles
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17:28
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