Pastoral redigida para o Boletim Dominical da Primeira Igreja Batista em Manoel Corrêa
Doar é algo que faz parte da vida. Estamos sempre doando alguma coisa. Afinal,
doação é a entrega voluntária de algo que se possui. Portanto, quando dedicamos
minutos ou horas a um amigo, a fim de ouvir seus problemas, por exemplo,
estamos doando tempo. De igual modo, ao ajudarmos alguém a empurrar um carro ou
transportar algo pesado, estamos doando força. No entanto, o altruísmo humano
costuma ir além da doação de tempo e força. Muitos doam roupas, comida, sangue,
órgãos, constroem casas para os sem-teto, trabalham voluntariamente em
hospitais, igrejas e projetos sociais. Tudo isso, espontaneamente. O mesmo
ocorre em relação à doação de dinheiro. Sempre há alguém atendendo aos apelos
dos pedintes que os cercam nas ruas e nos semáforos, participando de campanhas
promovidas por entidades filantrópicas, ou mesmo doando dinheiro para uma
igreja.
Em que pese o altruísmo cotidiano, o prazer da doação geralmente desaparece
instantaneamente no momento em que constatamos que fomos enganados. Isso
acontece, por exemplo, quando verificamos que o dinheiro doado a um pedinte que
afirmara estar com fome foi empregado na aquisição de entorpecentes; o que
acontece com frequência. A mesma desilusão invade o coração do fiel que,
depositando sua confiança em seu líder religioso, contribui financeiramente
para a igreja na qual congrega, mas descobre ilicitudes na administração dos
recursos.
A despeito do desassossego que acomete o indivíduo que enfrenta tal situação,
assim como acontece no caso do engano perpetrado por alguns pedintes, a pessoa
que foi alvo de uma falcatrua eclesiástica não deve, por conta disso, abster-se
das doações. Até porque, do mesmo jeito que existem falsos necessitados, há
falsos pastores. Isso é claramente atestado pelas Escrituras: “E também houve
entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores,
que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os
resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as
suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade; e, por
avareza, farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de
largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita” (2Pedro
2.1-3).
Ora, quando somos surpreendidos com a informação de que o pedinte a quem
ajudamos usou o dinheiro para financiar seus vícios, ainda que nos
entristeçamos, não deixamos de ajudar outras pessoas. O que fazemos é tomar
precauções para que o incidente não se repita. O mesmo deve ser feito quando a
decepção estiver relacionada às doações feitas à igreja local. Isto é, deve-se
procurar uma comunidade de fé na qual haja transparência no emprego dos
recursos, filiar-se a ela, e destinar-lhe suas doações; uma vez que, tal como o
necessitado depende da benevolência alheia, a igreja local sobrevive das
doações de seus membros. Por essa razão, ainda que não houvesse orientação
alguma nas Escrituras a respeito da entrega voluntária de dinheiro para a
comunidade local de regenerados, mesmo assim eu contribuiria. E o faria
mensalmente. Porquanto, a igreja não tem necessidades somente quando eu acho
que ela tem. Suas necessidades são mensais. Pois, todos os meses pagam-se as
contas referentes ao uso e à manutenção de sua sede (o templo); todos os meses
há a necessidade do sustento missionário e pastoral; todos os meses há enfermos
precisando de medicamentos; todos os meses há a necessidade de doação de
Bíblias e material evangelístico; e, por fim, mas não menos importante, todos
os meses há a necessidade de investimento no ensino da Palavra de Deus. Logo,
não contribuir é negligenciar essa realidade.
Continua...
Pr. Cremilson Meirelles
É CERTO DAR DINHEIRO PARA A IGREJA? – PARTE VIII
Reviewed by Pr. Cremilson Meirelles
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