Pastoral redigida para o Boletim Dominical da Primeira Igreja Batista em Manoel Corrêa
Muitos, em defesa dos aplausos durante
os cultos, argumentam que devemos adorar a Deus no culto sem impor limites às
expressões. Isto é, vale tudo: pular, rodar, rastejar, rebolar, dar saltos
mortais, aplaudir, gritar, assobiar, etc. - O mais importante é a sinceridade
do adorador, dizem os defensores das “palmas pra Jesus”. Mas será que é assim
mesmo? Será que, se houver sinceridade, podemos fazer qualquer coisa durante o
culto, e, dessa maneira, agradarmos a Deus? Se pensarmos dessa forma, teremos
que, inevitavelmente, aprovar o culto em que as pessoas dizem estar adorando a
Deus, mas, com muita sinceridade, se prostram diante de imagens. Você percebe
como essa argumentação é perigosa? Se seguirmos esse raciocínio teremos de
aprovar até coisas que naturalmente rejeitamos. Logo, o princípio regulador do
culto não pode ser a “sinceridade”, mas sim a vontade de Deus expressa na Sua
Palavra, ou seja, não podemos adorar a Deus como queremos, devemos adorá-lo
como Ele deseja ser adorado.
Em Apocalipse 19.10, o apóstolo João,
diante da revelação das “bodas do Cordeiro”, se lança aos pés do anjo que lhe mostrara
tudo aquilo. Naquela ocasião, João foi imediatamente repreendido pelo anjo, que
disse: “olha, não faças tal; sou teu conservo e de teus irmãos que têm o
testemunho de Jesus; adora a Deus”. Veja: o que João fez foi sincero e
expressou o reconhecimento de sua condição de servo (do contrário, ele não se
prostraria), porém foi repreendido e orientado a dirigir sua adoração exclusivamente
a Deus. A partir daí, fica bem claro que não podemos fazer “o que der na telha”
durante o culto, argumentando que basta fazer com sinceridade que Deus se
agrada. O que deve nortear a adoração da igreja é a Bíblia. Não podemos
“cristianizar” práticas extra bíblicas e inseri-las no culto ao Senhor.
Os aplausos pertencem a outro ambiente.
Definitivamente, eles não têm lugar no culto. Afinal, embora os “aplaudidores”
digam que as palmas são dirigidas a Deus, na verdade, não são. No fundo, elas
são dirigidas à apresentação, e, consequentemente, às pessoas que se
apresentaram. Tanto, que, se a pregação for “empolgante”, as palmas são mais
intensas no momento do clímax, mas se for um sermão mais simples, talvez, nem
haja aplausos. O mesmo ocorre com a música. Se esta agradar ao auditório (se
for aquela música que a maioria gosta, por exemplo), e se o “ministro” motivar
bastante o povo, então os aplausos serão abundantes. Ora, se fosse realmente
para Deus, não deveria haver variação na intensidade.
Outro argumento utilizado por alguns, é
que, diante da apresentação de crianças, a igreja deve aplaudir a fim de
incentivá-las. Esse raciocínio, conquanto tenha uma nobre intenção, cai no
mesmo erro mencionado no parágrafo anterior, pois, evidentemente, as palmas não
são dirigidas a Deus, mas sim às crianças. Esse comportamento, inclusive,
reflete a real natureza e propósito dos
aplausos: aprovação, aceitação. Quando aplaudimos, é como se disséssemos:
“muito bem”, “gostei de ver”, “me agradou”. No entanto, Deus não precisa de
nossa aprovação, nós é que carecemos de Sua graça e misericórdia.
Sinceramente, vejo os aplausos como mais
um dentre os muitos modismos do mundo evangélico. A maioria faz simplesmente
porque “a maioria faz”. O grande problema é que esses “modismos” se tornam
“regra de fé e prática”, e, portanto, inquestionáveis. Isso leva o indivíduo a
relativizar cada vez mais as Escrituras. Até porque, se não for assim, não há
como justificar tais práticas. Por isso, entre os modismos e a Bíblia, devemos
sempre optar pela Bíblia.
Pr. Cremilson
Meirelles
PALMAS PRA JESUS? – PARTE III
Reviewed by Pr. Cremilson Meirelles
on
18:06
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Perfeito, pastor! Veja se entendi, o problema não está nas palmas em si, mas à quem são dirigidas. Muito embora nosso interior tente nos convencer que as palmas são para Jesus, na verdade são voltadas para os adoradores, tanto é que verdadeiramente ocorre as variações de intensidade de acordo com a aprovação do auditório. Dessa forma, como não temos o domínio sobre isso, não seria conveniente tal prática.
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