Pastoral redigida para o Boletim Dominical da Primeira Igreja Batista em Manoel Corrêa
Hoje em dia, é muito comum ouvirmos
aplausos durante os cultos evangélicos. Eles surgem, normalmente, após as
apresentações de conjuntos, corais, grupos de coreografia, solistas, e, às
vezes, quando a pregação atinge seu clímax. Contudo, nem sempre são
espontâneos. Na verdade, na maioria das vezes, são incentivados pelos ministros
de louvor e líderes religiosos, os quais utilizam o famoso clichê “palmas pra
Jesus que Ele merece”! Muitos acham isso o máximo, pois consideram que esse
tipo de manifestação evidencia a verdadeira alegria de servir a Cristo. Por
conseguinte, as igrejas que não adotam os aplausos são vistas como “frias”,
“mortas”, “sem o Espírito Santo”, etc.
O mais estranho nisso tudo é que a
origem dos aplausos não está nas Escrituras, mas nos programas de auditório.
Até porque, em momento algum, vemos Jesus “puxando palmas para Deus”. Os
apóstolos de igual modo, não o fazem. Aliás, é importante frisar que as
“palmas” só aparecem no Antigo Testamento. No Novo Testamento não há uma
referência sequer ao uso de aplausos durante o culto. Se estes fizessem parte
do culto da igreja primitiva, certamente isso teria sido registrado nas
Escrituras Sagradas. Entretanto, nem na Bíblia e nem na história da igreja há
registro algum dessa prática.
Não obstante, mesmo diante da
inexistência de respaldo escriturístico, há quem defenda que a autorização
bíblica para os aplausos revela-se através do fato de que não existe um só
texto que os proíba. Isto é, o respaldo bíblico é não ter respaldo bíblico.
Essa é uma linha muito perigosa, uma vez que, se o que a Bíblia não proíbe,
automaticamente, dissermos que ela autoriza, muita coisa ruim será legitimada.
Um exemplo disso é o uso de drogas. Porquanto, não existe nenhum versículo que,
diretamente, proíba isso. O mesmo acontece com a pedofilia. Não há nenhuma
menção direta da pedofilia na Bíblia. O que fazemos para rechaçar tais práticas
é aplicar princípios bíblicos gerais. Viu como esse pensamento é perigoso?
Outrossim, os defensores das “palmas pra
Jesus” sustentam que a igreja deve aproveitar os melhores elementos da cultura
em que está inserida para exaltar o Todo-poderoso. Todavia, quando observamos o
que a Bíblia fala sobre a relação entre o culto a Deus e a cultura local, vemos
que, desde o princípio, o Senhor fez questão de expurgar todo e qualquer
aspecto da cultura humana da adoração prestada por Seu povo. Isso fica evidente
na concessão da Lei, pois através dela Deus deu aos hebreus uma série de
prescrições relativas ao culto, mostrando assim que eles deveriam cultuá-lo da
maneira que Ele queria ser cultuado, e não como bem entendessem. Por essa razão,
toda vez que alguém inseria elementos estranhos, o Todo-poderoso mostrava Sua
ira (Levítico 10.1,2). Tanto, que os reis que introduziram práticas de outros
povos no culto, foram duramente punidos. Um exemplo disso é o caso de Jeroboão,
que introduziu, por motivos políticos, dois bezerros de ouro no culto prestado
ao Senhor (1Reis 12.26-33), e, por conta disso, foi duramente punido (1Reis
14.1-20). Afinal, a recusa em oferecer a Deus a adoração tal como Ele
prescreveu na Sagrada Escritura, é, na verdade, recusar-se a obedecê-lo.
Continua...
Pr.
Cremilson Meirelles
PALMAS PRA JESUS? - PARTE I
Reviewed by Pr. Cremilson Meirelles
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16:54
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