Pastoral redigida para o Boletim Dominical da Primeira Igreja Batista em Manoel Corrêa
Penso
que o maior problema nas igrejas de hoje em dia é a ausência do evangelho.
Porquanto, lamentavelmente, as boas novas da salvação foram substituídas por
psicologia, filantropia e técnicas de palco. As pessoas passaram a ser tratadas
como micos amestrados. Os animadores de auditório (pregadores/cantores)
determinam tudo o que elas têm de fazer: “vire pro seu irmão e diga assim,
assim e assado”, “aplauda Jesus”, “repita comigo isso, isso e isso”... só falta
mandarem pular num pé só! Sinceramente, isso ultrapassa os limites das vãs
repetições (Mateus 6.7).
Querido, culto não é programa de
auditório! Não há a necessidade de aplausos. Até porque, normalmente aplaudimos
em sinal de aprovação e aceitação do que foi realizado. Mais ou menos, como se
disséssemos: “muito bem”, “gostei de ver”. Porém, Deus não precisa de nossa
aprovação e muito menos de nossa aceitação! Nós é que carecemos de Sua graça e
misericórdia! Além disso, o que Ele requer de nós é uma verdadeira adoração
(João 4.23), sincera, original, e não que ajamos como papagaios, repetindo tudo
o que nos mandam. O pior de tudo é que a maioria gosta disso. Tanto, que as
multidões afluem de todos os lugares em busca de cultos com essas
características.
O mais interessante é que, embora
não encontre nas Escrituras esse tipo de comportamento, parece que, por conta
de sua ampla divulgação, tornou-se praticamente uma regra. Quem não abraça tais
técnicas é visto como obsoleto, ultrapassado, careta, caxias, chato, etc. Às
vezes, imagino que se Jesus ou Paulo estivessem fisicamente entre nós seriam
facilmente rejeitados por esse sistema. Afinal, o que eles pregavam, e a forma
como pregavam, contraria grande parte daquilo que o mundo gospel aprova.
O mais importante no Cristianismo
primitivo era a fé em Jesus Cristo, a regeneração, a santificação e a
evangelização. Hoje em dia, infelizmente, o foco é outro. As igrejas realizam
eventos constantemente para manter os jovens vinculados a elas. No passado, o
Espírito Santo e o Evangelho eram suficientes para que jovens, adultos e idosos
permanecessem em suas comunidades de fé. Não havia a necessidade de falar com
os jovens como se fossem desprovidos de inteligência. Ensinava-se a Bíblia a
eles ao invés de gritinhos, pulinhos, gírias ou palavrões. Com isso, eles, de
bom grado, participavam até dos cultos de oração. Ninguém precisava de night gospel, techno gospel, ou seja lá que nome usem para as “baladas de
crente”, pois compreendiam que Cristo era plenamente suficiente.
O que aconteceu, então? O Evangelho
foi deixado de lado. Ora, onde não há pregação do Evangelho não há conversão.
Isto é enfatizado por Paulo em Romanos 10.13-15: “porque todo aquele que
invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não
creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há
quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão
formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas”!
Precisamos, urgentemente, retomar a
proclamação do Santo Evangelho! Não dá para ficar imitando os outros, fazendo
eventos a torto e a direito, vivendo de apresentações! Só com a pregação da Boa
Notícia novos crentes surgirão! Do contrário, encheremos os templos de pessoas
que continuam caminhando para o inferno sem se dar conta disso.
Pr. Cremilson
Meirelles
O QUE ACONTECEU COM AS IGREJAS?
Reviewed by Pr. Cremilson Meirelles
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23:47
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