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TERMOS EVANGÉLICOS QUE MUITOS EVANGÉLICOS NÃO SABEM O SIGNIFICADO – PARTE II

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   Dando sequência à análise da terminologia evangélica, precisamos verificar o significado de uma expressão muito usada, mas que a maioria esmagadora não sabe explicar o que é. Estou falando do termo unção. Todo mundo quer receber, a maioria reconhece que é importante ter, muitos conseguem identificar quem tem bastante e quem tem pouca, mas, quando perguntamos o que é unção... o silêncio prevalece. Diante dessa atitude nada esclarecedora, as interrogações se multiplicam. Por isso, nas linhas seguintes, tentaremos esclarecer esse “mistério”, apontando o significado da palavra e seu uso à luz das Sagradas Escrituras.
Bem, “unção” diz respeito ao ato ou efeito de ungir, que, na prática, consiste na aplicação ou espalhamento de óleo ou qualquer outra substância gordurosa. No Antigo Testamento, a unção era aplicada sobre objetos a fim de separá-los para uso exclusivo no culto (Êxodo 29.36,37), e sobre pessoas, com o propósito de designá-las para uma tarefa ou ofício específico. Normalmente, isto ocorria por ocasião da consagração de reis (1Samuel 9.16), sacerdotes (Êxodo 40.13-15) e profetas (1Reis 19.16). É claro que esse ato consagratório era simbólico. Não havia poder algum no óleo (ou azeite). Era apenas um sinal exterior que indicava a separação de alguém (ou algo) para Deus, cuja observância, assim como os demais ritos da Antiga Aliança, tornou-se desnecessária após a morte, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo.
Por conseguinte, no Novo Testamento não há “unção” com óleo para fins de consagração. Até porque, não haveria razão alguma para ungirmos os objetos utilizados no templo, uma vez que agora nós somos o templo do Espírito Santo (1Coríntios 3.16,17). - Ah, então podemos ungir pessoas? De maneira nenhuma. Porquanto, a Bíblia ensina que, no Novo Testamento, a unção, ou seja, o que promove a separação de alguém para Deus, é o próprio Espírito Santo, e não o óleo ou o azeite. Senão vejamos: em 1João 2.20, o apóstolo diz aos seus leitores – “E vós tendes a unção do Santo e sabeis tudo”. Perceba que ele não faz distinção entre um e outro, sua declaração abrange a todos. Isto é, todos nós temos essa unção. Mas que unção é essa? Em 1João 2.27, a identidade da unção fica um pouco mais clara, pois ele afirma: “E a unção que vós recebestes dele fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis”. A partir daí, concluímos que a “unção” não pode ser uma “energia” ou apenas uma capacitação especial. Afinal de contas, ela é capaz de “ensinar”. O mais interessante, entretanto, é que João diz que a unção “ensina todas as coisas”. Ora, no quarto evangelho, texto escrito pelo mesmo apóstolo, relata-se o seguinte dito de Jesus acerca do Espírito Santo: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (João 14.26). Diante dessa declaração, a conclusão óbvia é que a nossa unção é o próprio Espírito Santo. Logo, não há a necessidade de por azeite sobre a cabeça de ninguém.
Contudo, talvez você questione: - mas e a orientação de Tiago a respeito do uso do azeite sobre os enfermos (Tiago 5.14)? Bem, naquela época, o azeite, assim como o vinho, era usado como medicamento. Um exemplo disso é o procedimento do samaritano na parábola contada por Jesus. O texto diz que, vendo um homem quase morto, o samaritano se aproximou, “atou-lhe as feridas, aplicando-lhes azeite e vinho” (Lucas 10.34). Além disso, Tiago ressalta que “a oração da fé” salvaria o doente (Tiago 5.15), não o azeite. Assim, a orientação de Tiago é: tome o remédio, mas ore a Deus.
Pr. Cremilson Meirelles  
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