Pastoral redigida para o boletim dominical da Primeira Igreja Batista em Manoel Corrêa
A linguagem evangélica contemporânea é
caracterizada por uma fraseologia padrão, baseada nos textos bíblicos. Termos
como aleluia, amém, varão e bênção são usados com regularidade no âmbito
eclesiástico, seja nos cânticos ou no discurso dos crentes. O curioso,
entretanto, é que muitos dos que utilizam essas expressões não fazem ideia do
seu significado. Por conta disso, considerei relevante conceitua-las nesta
pastoral.
Sem dúvida alguma, dentre as palavras
mencionadas, a mais empregada é o “amém”. Em razão disso, seu significado é bem
mais conhecido que o das demais. Porém, sempre há quem não o saiba. Por isso,
lá vai: “amém” é uma palavra de origem hebraica, que, literalmente, quer dizer
“assim seja”. A partir daí é possível concluir que sua utilização deve ocorrer
no fim de orações ou declarações com as quais concordamos. Sendo assim, só faz
sentido dizê-lo se, de fato, entendermos o que foi dito (1Coríntios 14.16).
Outro termo pronunciado com bastante
frequência nas reuniões evangélicas é o “aleluia”. Este, ao contrário do
“amém”, possui um significado desconhecido por muitos crentes. Alguns,
inclusive, guiados por esse desconhecimento, o usam indiscriminadamente, a fim
de preencher o espaço vazio de suas pregações. Portanto, para evitar esse erro,
aprenda: “aleluia” significa “louve ao Senhor”. Normalmente, a palavra é usada
como expressão de louvor a Deus, tanto na adoração congregacional como no culto
particular. Vale ressaltar, entretanto, que a Bíblia não nos incentiva a
gritarmos “aleluia” ou “glória a Deus”, mas nos concita a fazermos tudo
“decentemente e com ordem” (1Coríntios 14.40). Afinal, como comentam alguns,
Deus não é surdo.
Dando sequência ao nosso “glossário
evangélico”, resta-nos ainda dois termos a serem abordados: “varão” e “bênção”.
O primeiro, como a maioria deve saber, indica um indivíduo do sexo masculino.
Contudo, é importante ressaltar que essa palavra só aparece nas versões mais
antigas das Escrituras. Nas mais recentes, homem é chamado de homem. Mesmo
assim, há quem pense que o “homem cristão” deve ser chamado de varão, o que é
absurdo, uma vez que, nos idiomas originais da Bíblia, os termos traduzidos
como varão significam homem e não, exclusivamente, “varão”, como se esta fosse
uma palavra especial, revestida de sacralidade. Eu hein! Remeter-se a alguém
dizendo, - e aí varão; é o mesmo que dizer: - e aí homem! Esquisito, né? Por
isso, é melhor chamar as pessoas pelo nome, ou usar o vocativo “irmão”.
A respeito da palavra “bênção”, vale
salientar que equivale a “bendição”, que é o oposto de “maldição”, e traz em si
a ideia de invocar o favor de Deus sobre uma pessoa ou um povo (Números
6.22-27). Além disso, pode referir-se a favores e vantagens que Deus concede,
comunicando-nos prazer ou felicidade. Há ainda um uso coloquial, mais
abreviado, conhecido como “bênça”. É claro que esta forma não se enquadra na
norma culta da língua portuguesa.
Pr. Cremilson Meirelles
TERMOS EVANGÉLICOS QUE MUITOS EVANGÉLICOS NÃO SABEM O SIGNIFICADO – PARTE I
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