Pastoral redigida para o boletim dominical da Primeira Igreja Batista em Manoel Corrêa
Enfim, chegamos à última pastoral sobre a identidade das duas testemunhas de Apocalipse 11. Conforme vimos anteriormente, embora haja uma relação analógica com Moisés e Elias, as testemunhas são figuras que representam a igreja de Cristo. Esta conclusão está em harmonia com todo o livro, uma vez que o Apocalipse emprega um grande número de símbolos para referir-se à igreja: sete castiçais, 24 anciãos, reis e sacerdotes, 144.000, grande multidão, templo de Deus e duas testemunhas.
Não dá para entender esses personagens literalmente,
ou seja, como dois profetas que surgirão em um determinado momento histórico.
Até porque, ao longo da Bíblia e de toda a história, as testemunhas de Cristo nunca
destruíram os inimigos de Deus. Se o fizessem, contrariariam o ensino de seu
Mestre: “amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos
que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem” (Mateus 5.44). O
próprio Jesus, quando Tiago e João queriam que descesse fogo do céu sobre os
samaritanos, os desencorajou dizendo que “o Filho do Homem não veio para
destruir as almas dos homens, mas para salvá-las” (Lucas 9.56). Logo, o fogo
que sai da boca das testemunhas não pode ser tomado ao pé da letra. Na verdade,
ele simboliza o juízo que virá sobre os que rejeitam a Palavra de Deus. Afinal,
no Novo Testamento, fogo sempre representa juízo.
Quanto aos outros prodígios relacionados
às duas testemunhas (fechar o céu, ferir a terra com pragas, transformar água
em sangue), trata-se de uma referência à resposta de Deus às orações do seu
povo. Afinal, no Novo Testamento é dito que qualquer crente que ora com fé pode
ter sua oração respondida tal como ocorreu com Elias, pois “a oração de um justo
pode muito em seus efeitos” (Tiago 5.16-18). Mas, quem são os justos? Bem, de
acordo com a Bíblia, todo aquele que crê em Cristo como Senhor e Salvador é
justificado por Deus (Romanos 5.1), tornando-se, portanto, justo. Isto não
significa ser perfeito ou isento de erros, mas ser declarado absolvido no
tribunal de Deus. Por isso, “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo
Jesus” (Romanos 8.1).
Por conseguinte, assim como Elias, a
igreja de Cristo clama e obtém resposta de Deus. Esta verdade é claramente
apresentada em Apocalipse 8.3-5, onde é dito que, em resposta às orações dos
santos, Deus envia juízo sobre a terra. Portanto, como afirma Hernandes Dias
Lopes, “quando o mundo rejeita a mensagem da igreja, ele se expõe ao juízo de
Deus”.
Como testemunha de Cristo, a igreja
segue, desde sua fundação, proclamando as boas novas. Além disso, de acordo com
o texto (Apocalipse 11.7), durante o tempo de sua proclamação, a igreja (as
duas testemunhas) permanece indestrutível. Somente quando acabar seu testemunho,
a igreja será, aparentemente, vencida pelo anticristo (a besta que sobe do
abismo). Contudo, após um curto período de tempo (três dias e meio – Apocalipse
11.11), o povo de Deus ressuscitará e será arrebatado, visivelmente, aos céus
(Apocalipse 11.12), assim como foi anunciado pelo apóstolo Paulo
(1Tessalonicenses 4.16,17). Cristo, então, destruirá o “iníquo” (o anticristo)
com o assopro da sua boca (2Tessalonicenses 2.8). Aleluia!
Pr. Cremilson
Meirelles
QUEM SÃO AS DUAS TESTEMUNHAS DO APOCALIPSE? PARTE III
Reviewed by Pr. Cremilson Meirelles
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