Diante
dos embates entre ativistas gays e cristãos, tanto católicos quanto
evangélicos, inúmeras questões referentes ao tema têm sido suscitadas,
inflamando cada vez mais as discussões. Entretanto, algo que pouco se fala
quando o assunto é abordado é sobre a falta de preparo de nossas igrejas para
receber visitantes nessa condição. Porquanto, muitos, por causa da
discriminação, esquecem do amor pregado e vivido por Cristo. Acabam tratando o
gay como um leproso. Sentam-se afastados, evitam conversar e, alguns,
normalmente os mais jovens, ficam dando sorrisinhos e cochichando críticas a
respeito do indivíduo.
Philip Yancey, em seu livro "Maravilhosa Graça", cita uma declaração
de um homossexual que deve nos levar a refletirmos. Sem mencionar o nome do
indivíduo, ele apenas repete suas palavras: "Gostaria de ir à igreja, mas
sempre que tento alguém espalha boatos a meu respeito e de repente todos se
afastam. Como gay, descobri que é mais fácil conseguir sexo nas ruas de que um
abraço na igreja". O grande problema é que, na maioria das vezes, isso é
verdade. Quantos pais crentes deixam de falar com seus filhos, os expulsam de
casa, os abandonam porque eles trilharam essa seara. Estes, normalmente, continuam
frequentando suas igrejas, cantando, pregando, evangelizando, mas não conseguem
agir como Jesus, amando o diferente, perdoando o que lhe fez mal. Essas mesmas
pessoas, por outro lado, toleram um filho, quando este, ao invés de abraçar o
homossexualismo, se relaciona com várias mulheres, se embriaga, não os
respeita, fica nas costas deles, arruma filhos para eles cuidarem, etc. A
própria igreja recebe melhor estes do que os homossexuais.
Não estou aqui fazendo apologia à homoafetividade,
quero apenas destacar que, se queremos ganhar essas pessoas para Cristo,
devemos tratá-las com amor, não com desprezo ou ódio. Eles são criaturas de
Deus. No evangelho de Marcos está registrada uma ordem de Jesus que os inclui:
"ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura" (Mc
16.15). Como posso pregar uma mensagem que tem como ponto central o amor, sem
amar? É no mínimo contraditório. Até porque, o homossexual está na mesma
condição de um heterossexual que não adultera, que cumpre seus deveres, mas que
não recebeu a Cristo como salvador. Além disso, não podemos esquecer de que
todos nós fomos alcançados pela graça de Deus, nenhum de nós merece a salvação.
Merecíamos, na verdade, o desprezo de Deus, o ódio do Senhor, pois pecamos
contra Ele. Éramos inimigos de dEle (Rm 5.10). Mesmo assim, a Bíblia diz que
Deus nos amou tanto que, sendo nós ainda pecadores, Ele tomou a iniciativa para
nos resgatar enviando Cristo para morrer por nós (Jo 3.16; Rm 5.8). Esse mesmo
Deus nos convida a sermos seus imitadores (Ef 5.1), a amarmos até quem não
deveríamos amar (nossos inimigos - Mt 5.44).
Devemos manter nosso posicionamento em relação à prática do homossexualismo,
porém não podemos esquecer de nosso posicionamento como cristãos. Não podemos
dizer que amamos a Deus a quem não vemos e não amarmos aqueles aos quais vemos
(1Jo 4.20). Se agirmos assim, estaremos reproduzindo o comportamento dos
"cristãos" americanos que pregavam o amor, mas pisavam diariamente
nos negros, humilhando-os, impedindo-os até mesmo de adentrar seus templos.
Portanto, não abandone seus parentes, amigos ou irmãos, se porventura estes
abraçarem a homoafetividade. Busque amá-los ainda mais, apresentando-lhes o
evangelho vivido e não só pregado.
Pr. Cremilson Meirelles
O HOMOSSEXUALISMO E O DESPREPARO DAS IGREJAS
Reviewed by Pr. Cremilson Meirelles
on
17:49
Rating:
Nenhum comentário: