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FAZER AÇÃO SOCIAL É O MESMO QUE PREGAR O EVANGELHO?

Pastoral redigida para o Boletim Dominical da Primeira Igreja Batista em Manoel Corrêa

 
 
            Uma coisa deve ser bem clara para a igreja de Jesus Cristo: fazer ação social não é a mesma coisa que pregar o evangelho. O evangelho é uma mensagem que deve ser comunicada verbalmente. Por essa razão, a Bíblia indaga: “como ouvirão, se não há quem pregue?” (Romanos 10.14). Porquanto, não há como crer em Jesus se sua obra redentora não for anunciada. Afinal, “como crerão naquele de quem não ouviram”? Ora, se realmente, como argumentam alguns, a proclamação da mensagem evangelística fosse incompleta sem a ação social, o questionamento paulino seria: como ouvirão se não há quem ajude os pobres?
            Na grande comissão (Mateus 28.19,20) não houve nenhuma ênfase sobre a prestação de assistência social. Na verdade, isso nem foi mencionado. A ordem dada pelo Mestre foi: fazer discípulos e ensiná-los a guardar os Seus mandamentos. O mesmo ocorre nos outros textos relacionados ao anúncio das Boas Novas (Marcos 16.15; At 1.8). Isso porque, “o evangelho é o poder de Deus para salvação de todo aquele que nele crê”, e não as boas obras. Estas visam a glorificação do Senhor, e não a conversão dos que as veem: “assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mateus 5.16).
Por conseguinte, fica sem sentido o ditado popular, tão recitado nas pregações: “Pregue o evangelho. Se necessário, use palavras.” Porquanto, não há como pregar o evangelho sem fazer uso de palavras. Até mesmo quem anuncia a mensagem salvífica aos surdos, utiliza palavras, pois a comunica por meio da linguagem de sinais. Logo, a premissa de pregar pelas obras, é falsa. Até porque, o evangelho não é algo que fazemos, mas sim que anunciamos. É bem verdade, entretanto, que uma vida piedosa nos dá abertura para a pregação. Contudo, a vida piedosa, por si só, é insuficiente para a transformação de vidas.
Definitivamente, a missão da igreja não é melhorar o mundo através de programas sociais ou da assistência social. O fato de sermos instados a demonstrar nossa fé pelas nossas obras (Tiago 2.18) não iguala as obras ao evangelho, apenas ressalta algo que Jesus destacou no sermão do monte: árvores boas dão bons frutos. Ou seja, se somos cristãos, se realmente nascemos de novo, ajudar o necessitado faz parte da nossa natureza. Tanto, que, em Mateus 25.31-46, ao falar sobre o juízo final, o Filho de Deus deixou claro que as ovelhas fizeram o que fizeram (boas obras), mas não consideraram aquilo extraordinário. Eles nem ao menos sabiam que tinham prestado um serviço a Jesus! Ajudaram os outros naturalmente. Sem entender que, com isso, estavam “pregando o evangelho”. Fizeram isso, simplesmente, porque eram ovelhas.
Portanto, embora reconheça que ação social não é mesma coisa que evangelização, reconheço também que amar, e, consequentemente, ajudar o próximo, faz parte da natureza da igreja. Afinal, aquele a quem devemos imitar andou pelo mundo fazendo o bem (Atos 10.38) a muitos. Inclusive, àqueles que só o seguiam por causa do pão e do peixe (João 6.22-27). Isso porque, Ele vivia o que pregava. No entanto, Ele nunca ensinou que o fato de multiplicar pães para alimentar uma multidão faminta era a pregação do evangelho. Ao contrário, antes de multiplicar os pães, Ele se preocupou em ensiná-los (Marcos 6.34). Totalmente o inverso do que muitos fazem atualmente: primeiro dão os pães, para depois pregar.
Pr. Cremilson Meirelles

 





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6 comentários:

  1. A justiça de Deus se revela no evangelho e não no pão com mortadela.

    "visto que a JUSTIÇA DE DEUS SE REVELA NO EVANGELHO, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé."
    Rm 1:17

    Se o povo da TMI estivesse no lugar de Jesus no milagre da multiplicação, eles iriam encher a barriga do povo de pão com mortadela e depois iriam dizer: Jesus te ama e iriam despedir a multidão faminta da Palavra de Deus. A decepção seria a mesma: eles iriam querer mais pão com mortadela! Mas iriam continuar famintos pela Palavra.

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  2. Otimo. Sirvo a Deus como missionário numa área que é um terreno "fértil" para desenvolver esta mentalidade de "evangelho social"; refiro-me a área indigena. Graças a Deus por sua Palavra que tem norteado as nossas vidas e ministerio. Obrigado pelo artigo Pr. Cremilson

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  3. "Como ouvirão se não há que pregue", e pronto!

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