Pastoral redigida para o Boletim Dominical da Primeira Igreja Batista em Manoel Corrêa
Qual tem sido sua posição
enquanto crente em Jesus Cristo? Você tem se empenhado em servir ou espera ser
servido? Essas perguntas são muito mais profundas do que parecem. Porquanto,
descobrem a “poeira jogada para debaixo do tapete”. Isto porque, a resposta
exige uma análise minuciosa de nossas motivações e ações. Contudo, embora saiba
que essa questão abrange cada área de nossas vidas, pretendo concentrar essa
análise na esfera eclesiástica; ou seja, focaremos a vida cristã no seu aspecto
coletivo.
O primeiro ponto a ser considerado,
é motivação para filiação. Isto é, o que leva o indivíduo a se associar a uma
igreja local? Bem, na maioria das vezes, o que norteia a filiação é a emoção e
a satisfação. Pois, tal como ocorre em relação ao consumo de bens materiais, o
indivíduo idealiza um padrão e sai em busca de algo que corresponda às suas
expectativas, cujo foco está naquilo que é “oferecido”. Assim, ao invés de
procurar um local onde possa servir a Deus com outros crentes, busca-se um
lugar que satisfaça os desejos.
A fim de atender essa demanda,
surgiu a “indústria do entretenimento gospel”, que, na verdade, é uma estrutura
que visa agradar o cliente. Dessa maneira, instalou-se no meio evangélico uma
“lógica de mercado”, motivada pela preferência dos consumidores. Com isso, diversos
elementos do mercado econômico secular adentraram o campo religioso, a saber:
oferta e procura, concorrência, marketing, etc. Isto fez com que as igrejas se
tornassem mais produtoras de programas do que pregadoras do evangelho. Como
resultado disso, os clientes se tornaram cada vez mais exigentes; de modo que
os benefícios que a igreja, enquanto instituição, pode oferecer, passaram a ser
o critério para filiação a uma igreja local.
Lamentavelmente, essa maneira de
enxergar a “espiritualidade” cristã contaminou muita gente. Até mesmo nas
igrejas históricas há esse tipo de raciocínio. Por conta disso, vemos pessoas
que buscam a filiação ao rol de membros, exclusivamente, para atender seus
anseios particulares, e não para servir a Deus e ao próximo; indivíduos que se
servem da igreja, mas não servem a igreja, e nem servem com a igreja; buscam
apenas satisfazer o desejo de cantar, falar à frente, exercer funções,
prestando serviço ao próprio ego, e não a Deus.
Tornar-se membro de uma igreja local
deve ser a consequência natural da regeneração operada em nós pelo Espírito
Santo, que nos leva a sermos participantes da vida comunitária daqueles que
professam a fé em Jesus Cristo. Não pode ser resultado do desejo de exercer
cargos e funções. Estas coisas são os meios, não o fim. Se alguém quer ser
membro apenas para cantar, pregar ou qualquer outra coisa que não seja a
comunhão com os irmãos, precisa urgentemente rever seus conceitos.
Não podemos condicionar nossa
filiação a uma igreja local àquilo que ela “pode nos oferecer”, mas devemos nos
apresentar como servos onde quer que Deus nos envie. Até porque, se o
reconhecemos como Senhor, o local onde congregaremos deve ser determinado por
Ele. Entretanto, para que conheçamos Sua vontade é necessário orar e estudar as
Escrituras. Do contrário, seremos apenas clientes do mercado evangélico.
Pr. Cremilson
Meirelles
SERVIR OU SER SERVIDO?
Reviewed by Pr. Cremilson Meirelles
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18:38
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