Certamente, “fé” é um dos termos mais em
voga no evangelicalismo contemporâneo. Usa-se essa palavra afixada na lataria de
automóveis, em estampas de camisetas, entre outras coisas. Mesmo assim, me
pergunto, às vezes, “quando, porém, vier o Filho do homem, porventura achará fé
na terra?” Porquanto, embora se fale muito sobre a fé, parece que, em muitos
casos, ela não está focada em Jesus Cristo e em Sua Palavra. Há fé em homens
sagrados, em objetos consagrados, em rituais, e até fé na fé dos outros. Mas
onde está a fé em Cristo? As pessoas creem mais no poder da oração do que no
poder de Cristo. Parece que o poder foi “retirado” das mãos de Deus e
transferido a homens, objetos, palavras mágicas e rituais.
Infelizmente, ao longo do tempo, foi
desenvolvida uma espiritualidade que despreza a verdade central do evangelho: o
amor. A igreja acabou se corrompendo e, mais uma vez, cometeu os mesmos erros.
Voltamos a supervalorizar as obras em detrimento do amor, o exterior ao invés
do interior. Pensando assim, muitos acharam que bastaria orar umas quatro horas
por dia, ler a Bíblia toda anualmente e distribuir folhetos aos domingos, para
que se tornassem super santos, cheios de poder. Desculpe, mas quero te dizer
algo impactante: tudo isso é insuficiente! Pois, como diz o apóstolo Paulo: “ainda
que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria
como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de
profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse
toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada
seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres,
e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada
disso me aproveitaria” (1Co 13.1-3).
Sem amor não dá para nos considerarmos
adoradores. E quando falo de amor, refiro-me a um sentimento sincero em relação
à Deus e ao próximo. De modo que tudo o que eu fizer seja alavancado por esse
amor. Até porque, orar, jejuar e dar esmolas, eram atitudes praticadas pelos
fariseus, os quais recebiam duras críticas de Jesus. Isto porque, seus atos
eram motivados pelo orgulho, sendo, portanto, hipócritas na sua essência.
Assim, de nada adianta orar, jejuar, dar esmolas, cantar na igreja, tocar
instrumentos, e, até mesmo, evangelizar, se estas atitudes não forem motivadas
pelo amor a Deus e ao próximo. Quem ama, de fato, jamais verá nessas práticas
um meio de ganhar pontos com Deus. Pelo contrário, sempre entenderá que os
únicos pontos que tem foram conquistados por Jesus na cruz do Calvário, e por
isso o amará cada vez mais. Da mesma forma, esse amor será inevitavelmente
direcionado ao próximo, pois não há como amar a Deus e não amar o homem, Sua
imagem e semelhança. Não fazê-lo, seria, no mínimo, contraditório. Essa é a fé
que Cristo procura! Uma fé focada nEle e em Sua Palavra, que tenha como
resultado natural, o amor.
Pr. Cremilson Meirelles
ONDE ESTÁ A FÉ?
Reviewed by Pr. Cremilson Meirelles
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