Em
Lucas 11.1, encontramos não sei quem, falando com Jesus não sei aonde. Isto
porque, no texto, não nos é dito o nome do discípulo nem o lugar onde o
episódio ocorre. O personagem é apresentado apenas como um dos discípulos de
Jesus. O mais interessante, entretanto, é que a atitude daquele discípulo
desencadeou algo que marca vidas até hoje, a saber, a oração do Pai nosso.
Embora saibamos que muitos a utilizam apenas como meras repetições, essa oração
serve de modelo para todos nós. A partir daí, podemos perceber que, ainda que
seu nome não seja mencionado pelo evangelista, a atitude daquele discípulo é um
exemplo para nós.
É
óbvio que aquele homem sabia orar. Afinal, ele era israelita. Os fariseus
ensinavam que a justiça prática envolvia "esmolas, oração e jejum".
Além disso, tanto os fariseus como João Batista haviam ensinado fórmulas de
oração para seus discípulos. Por isso, ele entendeu que nem João Batista “o
maior homem nascido de mulher”, nem os fariseus eram superiores a Jesus. Ao
invés de desejar aprender as orações ensinadas por eles, ele decide aprender
com Jesus. Até porque, para ele Jesus era o referencial, não João. A forma como
Jesus orava era diferente de qualquer outro. Tratava-se de um relacionamento
íntimo com o Pai. O “discípulo anônimo” entendeu que algo precisava ser mudado
em sua vida: ele queria ser como Jesus.
Na
atualidade, infelizmente, a maioria dos ditos discípulos não querem ser
anônimos. Porquanto, embora queiram influenciar as pessoas como o anônimo fez, desejam
fazê-lo através de sua personalidade. Para tanto, seu nome deve ficar em
evidência, seus trejeitos devem ser imitados, as pessoas devem orar como ele,
falar com a mesma voz, comprar seus livros e seguir seus mandamentos. Contudo,
o que nos intriga é que no texto os únicos nomes mencionados são os de Jesus e
de João. Este último, no entanto, é apresentado como uma figura relegada ao
passado; Jesus é o nome de destaque. Ele é o presente para aquele discípulo.
Note que, ao contrário do que ocorre hoje, nem o lugar recebe nome. Que
diferença das igrejas pós-modernas onde o nome do lugar e do líder têm primazia,
enquanto o nome de Jesus é relegado a segundo plano.
Pr.
Cremilson Meirelles
O DISCÍPULO ANÔNIMO
Reviewed by Pr. Cremilson Meirelles
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17:01
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