Pastoral redigida para o Boletim Dominical da Primeira Igreja Batista em Manoel Corrêa
Outra justificativa muito usada para o pastorado feminino é o relato de que
havia uma juíza em Israel, chamada Débora. Contudo, isso em nada contribui para
a argumentação em prol do ministério pastoral feminino. Porquanto, o juiz era
uma liderança civil, não religiosa. Esta, desde a revelação no Sinai (Êx 28.1),
continuava sendo masculina. Os juízes do antigo Israel estavam muito distantes
do moderno conceito de juiz. Ouvir reclamações e tomar decisões legais era um
papel exercido, em grande parte, pelos anciãos ou chefes de família. A função
dos juízes estava mais ligada à liderança militar. Isto é, tratava-se de uma
pessoa escolhida por Deus para expulsar o povo opressor e devolver a paz à
terra. A partir daí, podemos concluir que juíza e pastora são atividades
diametralmente opostas. Afinal, nenhum pastor exerce liderança militar. Eu
hein!
Quanto à Débora, além de ser juíza, ela era também profetisa. Por conta disso,
ela atendia as pessoas ao ar livre, aconselhando-as acerca de questões
diversas. Ainda que alguns digam que os demais juízes faziam o mesmo, porém
nada é dito a esse respeito. No entanto, mesmo que essa fosse a função de um
juiz, não justificaria o ministério pastoral feminino. Até porque, ainda seria
uma liderança civil, não religiosa. Isto é, como falamos, a função do juiz
estava muito distante da atividade pastoral descrita no Novo Testamento (Atos
20.28).
Outro exemplo usado para sustentar o pastorado feminino é o de Raquel, a qual,
conforme Gênesis 29.9, era “pastora”. Entretanto, na única ocasião em que o
termo “pastora” aparece nas Escrituras é para referir-se a alguém que cuidava
de animais (ovelhas), e não pessoas. O pior de tudo é que alguns têm a coragem
de usar esse texto para defender o ministério pastoral feminino!
Além dos textos mencionados até aqui, os defensores dessa ideia antibíblica
costumam também utilizar as saudações feitas por Paulo em Romanos 16 para
sustenta-la. Dizem que ali o apóstolo aponta mulheres que exerciam liderança
nas igrejas. Uma delas, de acordo com eles, é “Júnias”, mencionada no versículo
17. Todavia, não há nenhuma comprovação de que “Júnias” seja um nome feminino.
Na verdade, se tratava de um nome utilizado tanto para homens quanto para
mulheres. Isto é, seria bastante precipitado criar uma doutrina com base em um
nome que ninguém sabe se referia a um homem ou uma mulher! Mesmo assim, os
adeptos do pastorado feminino continuam usando esse texto, afirmando,
inclusive, que Júnias, além de ser mulher, era também apóstola. Isto porque, o
texto diz que “Andrônico e Júnias se distinguiram entre os apóstolos”. Contudo,
esta declaração pode indicar que Andrônico e Júnias eram tidos em alta conta
pelos apóstolos.
Ademais,
ainda que os dois fossem apóstolos, é importante lembrar que a palavra
“apóstolo”, no Novo Testamento, é usada para outras pessoas além dos Doze,
sobretudo para mensageiros e enviados das igrejas, como acontece com Epafrodito
(no texto grego) em Filipenses 2.25, e com alguns irmãos em 2Coríntios 8.23
(também no texto grego). Porém, nenhum desses exercia liderança ou “governo”
sobre as igrejas. Eles eram apenas emissários daquelas comunidades de fé, ou
seja, eram enviados pelas igrejas com um propósito específico. Mas,
definitivamente, não eram “pastores”.
O
mais impressionante nisso tudo é evidente contradição dos defensores do
pastorado feminino, pois, a fim de justificar seu pensamento, descartam textos
como 1Co 11, 14.34, 1Tm 2.11-15, mas buscam justificar suas ideias em outros
textos que o mesmo Paulo, considerado “machista”, redigiu. É muita contradição!
Paulo era machista, produto de uma cultura patriarcal, porém é ele, que,
segundo os que advogam essa heresia, fornece os “melhores argumentos” para a
ordenação de pastoras. Sinceramente, se seguirmos essa linha, teremos que
admitir uma dessas duas coisas: ou a Bíblia se contradiz, ou Paulo era louco.
Afinal de contas, como sustentam as “pastoras”, o mesmo indivíduo que diz que a
mulher deve ficar em silêncio (1Tm 2.11), “defende” o pastorado feminino em
Romanos 16. É... quando não há argumentos, até as saudações viram fundamento
para doutrina.
Pr.
Cremilson Meirelles
A BÍBLIA E O PASTORADO FEMININO – PARTE VI
Reviewed by Pr. Cremilson Meirelles
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00:25
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Fala Pastor, cara, eu escrevi sobre esse assunto ontem no meu artigo no Facebook. Gostei muito. Esclarecedor. Paz!!!
ResponderExcluirQue bom! Deus o abençoe! Um abraço!
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