Infelizmente, tem sido natural
encontrarmos pessoas que se apresentam como evangélicos, mas que conservam as
mesmas práticas da época em que não professavam a fé cristã. Quando faço menção
a esse tipo de comportamento, não me refiro apenas àqueles que mantêm práticas
como falar palavrões, fumar ou se embriagar, mas, principalmente, àqueles que,
reconhecendo Jesus como Senhor, mantém as mesmas crenças e práticas oriundas de
seu antigo contexto religioso.
Um exemplo bem claro disso é a fixação
por demônios e espíritos malignos que caracteriza os indivíduos que pertencem
ao baixo espiritismo (umbanda, candomblé, quimbanda). Para estes, tudo o que
acontece é resultado da ação dos espíritos, da inveja ou da macumbaria. Se as
coisas vão mal, é porque alguém fez uma macumba, se algum membro da família
contrai uma enfermidade, também é resultado da macumba. Além disso, como
falamos, o mal é atribuído às palavras proferidas por alguém, o que é
denominado de praga, e à inveja de uma pessoa. Tudo isso se processa no âmbito
espiritual. Por conta disso, busca-se com frequência defesas igualmente
espirituais: amuletos (patuás, figas, crucifixos, olho de boi, etc), rituais
(defumador, banho de pipoca, etc).
O impressionante é que muitos se
convertem, mas conservam essa mesma postura. Parece que, embora afirme servir
Jesus, sua religião continua a mesma, pois continua crendo em tudo quanto cria
antes. Ao invés de ter a Bíblia como regra de fé e prática para sua vida,
continua tendo como norte as experiências vividas na antiga prática religiosa.
Ainda que as entidades que antes eram vistas como “santos” ou “espíritos” sejam
agora, para o “novo crente”, apenas demônios, todo o resto das doutrinas
preconizadas pela antiga crença continua sendo visto como verdade. Por isso,
vemos um monte de crentes com medo da inveja dos outros, como se alguém tivesse
poder de enviar à outra pessoa uma energia negativa (tipo um raio laser)
através da inveja que sente. Há também um número imenso de “evangélicos” que
tem medo de trabalhos de macumba e de pragas (ou como dizem por aí: “palavras
de maldição”). Estes buscam incessantemente novas “defesas espirituais”. Isto
é, patuás, figas, crucifixos, olhos de boi, só que tudo na versão gospel (rosa
ungida, sabonete ungido, lenço ungido, etc). Tem até fitinha do Senhor do
Bonfim gospel! Há igrejas distribuindo fitinhas bem semelhantes às usadas pelos
baianos!
Amado, se você,
de fato, é uma nova criatura, precisa entender que, conforme assevera 2Co 5.17,
“as coisas velhas” têm de ficar pra trás. Não há como ser de Cristo e
permanecer com essas crenças que, por tanto tempo, nos aprisionaram. Não
podemos “participar da mesa do Senhor e da mesa dos demônios” (1 Co 10.21). Quando não
conhecíamos a Deus, fazíamos isso. “Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes,
sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e
pobres, aos quais de novo quereis servir?” (Gl 4.8,9)
Esse tipo de pessoa continua
seguindo uma religião de demônios, pois só fala em demônio, diabo, macumba,
feitiçaria, o tempo todo! É necessário nos despirmos de todo tipo de crença que
não encontre respaldo bíblico, ainda que tenhamos “sentido algo”. O mais
importante não é o que eu sinto ou vejo, mas sim o que Deus revelou através de
Sua Palavra. Os sentidos podem me enganar, mas Deus nunca o fará. Confie nEle,
pois Ele é plenamente capaz de nos guardar de todo mal sem que precisemos
recorrer a práticas oriundas de outros contextos religiosos (Sl 62.11; 1Jo
5.18). Você crê nisso? Só assim você poderá ter paz. De outra maneira
continuará escravo dos rituais e com medo de demônios, pragas e invejas.
Pr. Cremilson Meirelles
NADA MUDOU?
Reviewed by Pr. Cremilson Meirelles
on
10:33
Rating:
Nenhum comentário: